Conab espera queda de 18,1% na produção de café em Minas

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A produção de café em Minas Gerais foi estimada em 22,644 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2014, queda de 18,1% na comparação com a safra anterior, quando a colheita somou 27,66 milhões de toneladas. De acordo com o quarto Levantamento da Safra de Café 2014, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o resultado vem confirmando a previsão de quebra da produção devido ao longo e rigoroso período de estiagem registrado neste ano. Para os representantes do setor, os números da Conab ainda são muito conservadores e as perdas serão bem maiores, inclusive com reflexos negativos em 2015.

Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das Comissões de Café da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, a seca inédita causou prejuízos severos à produção mineira de café.

"Os números da safra 2014 divulgados pela Conab são muito conservadores. As informações que já levantamos junto a produtores, cooperativas e associações são de grandes perdas principalmente no Sul e na Zona da Mata, que em algumas áreas chegou a 50%. A situação mais grave, e não citada pela Conab, serão as conseqüências da seca na próxima safra de Minas Gerais, que já seria menor devido às podas drásticas nos cafezais, ao período de bienalidade negativa e a falta de tratos culturais. No momento, não é possível dizer qual será o índice de quebra, como algumas instituições irresponsáveis vêm divulgando, mas já sabemos que serão significativas", disse Mesquita.

Segundo o levantamento da Conab, a Zona da Mata foi a região que apresentou a maior queda na produção. A safra de café foi estimada em 5,3 milhões de sacas de 60 quilos, retração de 36,2%. O índice equivale a uma perda de 3,011 milhões de sacas de 60 quilos, quando comparado à safra anterior. Além do impacto da estiagem, houve também redução da área em produção, que na região totalizou 284,5 mil hectares, espaço 8,01% inferior ao usado na safra 2013. A produtividade média ficou em 18,64 sacas por hectare, rendimento 30,6% menor que o obtido anteriormente.

Segundo os pesquisadores da Conab, desde que foram iniciados os levantamentos para estimar a produção de café para o ano de 2014 na Zona da Mata, já era esperada uma quebra de safra natural, por bienalidade negativa, devido à alta produção obtida no ano de 2013. Associado a esse fator, os baixos preços de comercialização do produto no ano de 2013, provocaram desmotivação e descapitalização dos cafeicultores, que reduziram significativamente os tratos culturais. Além disso, entre 20% e 30% da área cultivada com café passou pelos processos de podas de esqueletamento e de recepa, o que também contribuiu para a retração da produção.

Na região, o severo período de estiagem, entre janeiro e fevereiro, coincidiu com a fase de enchimento dos grãos, resultando em baixa produção dos cafezais e baixo rendimento observados durante o beneficiamento. Também foram registradas perdas na qualidade do produto colhido.

Fonte: Diário do Comércio

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