Com apoio do ATeG Café+Forte, lucro de produtores de Campanha (MG) cresce 112%
Eles estão à frente das propriedades Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Paz, localizadas em Campanha. Na safra de 2019/2020, eles produziram um café de 89,5 pontos. Com isso, ficaram entre as 200 melhores amostras no Coffee of The Year 2020 (COY), um dos maiores concursos do Brasil.
Uma das propriedades é herança da mãe de Maurílio. Com o objetivo de estimular a permanência da família no campo, Márcia cedeu um talhão de café para cada um de seus filhos, Bruno e Andressa. Além disso, Bruno começou um curso de inglês para ajudar na comercialização e negociação de cafés especiais. “Estou muito animada vendo a empolgação dos meus filhos com a propriedade. Quero que eles continuem com as atividades e, agora, terão técnicas assertivas e eficientes para trabalharem, proporcionadas pelo ATeG Café+Forte”, afirmou a cafeicultora.
No início do programa, a orientação do técnico foi esqueletar uma lavoura que estava com uma produção razoável, pois a família não conseguiria custear a mão de obra para a colheita e os cuidados com o cafezal. Neste ano, com as recomendações de gestão do ATeG Café+Forte, a família tem capital de giro para as próximas safras. “Quando o técnico chegou, ficamos uma noite sem dormir pensando nas decisões que precisaríamos tomar. Hoje, vejo que foi a melhor opção para a nossa família. Com a chegada do Krauss, nossa produção mudou totalmente”, contou Márcia.
Números
Em 2018/2019, ano caracterizado pela baixa produtividade da cultura, Márcia produziu 170 sacas de café em 7,25 hectares, totalizando 23,44 sacas por hectare. Em 2019/2020, ela colheu 280 sacas com o preço médio de R$ 696,91 por saca. Para este ano, a produtora utilizou um talhão para outros fins e, por isso, trabalha com 6,2 hectares de produção.
Em 2021, também de baixa produtividade, ela investiu 36% a mais na lavoura, e a expectativa de colheita é de 220 sacas, totalizando 35,48 sacas por hectare, com um aumento de 52%. Comparado ao ano de bienalidade baixa, está previsto um aumento do lucro por hectare em 112%, podendo ser superior em função do aquecimento no mercado de café, com preços acima da estimativa base de R$ 700 por saca de 60 quilos.
“Foi uma das decisões mais difíceis que tomei dentro do ATeG Café+Forte. Encontrei uma propriedade totalmente descapitalizada. Eles não tinham dinheiro para fazer os cuidados com a lavoura se ela estivesse toda em produção. Além disso, a família tinha algumas dívidas e não conseguia o financiamento de insumos. Sendo assim, a opção foi esqueletar uma área para reduzir o custo. Agora, a produtora consegue comprar insumos à vista, o que gera economia de até 14%, e consegue preços melhores no café, pois tem capital de giro para custear a colheita e não precisa vender o produto rapidamente. É visível que tivemos mudanças no relacionamento familiar, hoje, os sorrisos tomam conta dos rostos a cada palavra. Consigo sentir mais entusiasmo dos filhos para continuarem com a sucessão familiar”, destacou o técnico.
Estrutura
Em 2020, o casal conseguiu pagar todas as dívidas e, com a sobra da safra anterior, eles compraram todo o adubo e um secador e ainda tem capital para os custos desta colheita. Além disso, um dos problemas que a cafeicultora enfrentava era com o beneficiamento do café especial para a comercialização de pequenos lotes. Em alguns casos, pelo fato deste processo ser feito fora da propriedade, a qualidade do produto ficava comprometida, mas, este gargalo foi resolvido: eles adquiram uma máquina de beneficiamento, instalada em julho deste ano.
“O técnico chegou na hora certa e renovou nossas esperanças. O Maurílio estava muito desanimado com a cafeicultura e o Sistema FAEMG/SENAR/INAES mostrou outra realidade para nós. Eu me sentia perdida dentro da atividade, no final do ano, a conta não fechava. Antes do ATeG Café+Forte, quase não conseguíamos pagar a mão de obra. Agora, além de custear todo este trabalho, estamos investindo em maquinários. O resultado está sendo surpreendente”, enfatizou Márcia.
Fonte: Assessoria de Comunicação Senar Minas – Regional Lavras (Por Karoline Sabino)