CNC solicita ao governo reavaliação nos preços mínimos do café

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O Conselho Nacional do Café (CNC) pediu novamente ao Ministério da Agricultura uma reavaliação nos preços mínimos do grão. Em reunião no último dia 18, o presidente executivo da entidade, deputado federal Silas Brasileiro, reuniu-se com a ministra Kátia Abreu.

“Em abril de 2014, CNC e CNA realizaram trabalhos com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o próprio ministério e chegou-se a um custo médio de produção de R$ 343 por saca para o arábica, evidenciando que o preço mínimo de R$ 307 estava defasado. Para 2015, com a valorização do dólar, além da escassez de água para lavouras irrigadas, apresentamos que os custos aumentaram ainda mais, sendo emergencial que o preço mínimo da variedade seja elevado a valores condizentes com os gastos na produção”, diz o CNC em comunicado à imprensa.

Para o café conilon, diferente do ocorrido com o arábica e após congelamento desde 2009, o preço mínimo da variedade foi reajustado para R$ 180,80 por saca no ano passado, ficando ainda abaixo do custo de produção. Além disso, a escassez de recursos hídricos, a valorização do dólar, que encarece os insumos, e os maiores custos com encargos trabalhistas e sociais têm pesado sobre a cultura e tornado a atividade mais cara, sendo necessária, portanto, nova atualização, afirma o CNC.

O deputado tratou, ainda, das questões das linhas de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). “A esse respeito, anotamos a necessidade de anúncio e liberação dos recursos de forma única, evitando maiores especulações no mercado”.

Por fim, Silas Brasileiro se posicionou contrário à entrega de informações tecnológicas do setor brasileiro para organismos internacionais como foi acordado entre a Embrapa e a World Coffee Research (WCR). “Nossas vantagens tecnológicas foram obtidas em 100 anos de pesquisa e não faz sentido entregarmos para países concorrentes, haja vista que produzimos café sob as mais rígidas leis ambientais e sociais — que aumentam nossos custos —, sendo a tecnologia a nossa única vantagem competitiva frente a outras nações cafeeiras, as quais não alcançam nosso nível de produtividade”, diz o texto. “Além disso, não vemos como coerente essa troca de conhecimentos, quando temos imensa vantagem sobre os demais produtores. Por que, então, esse fornecimento tecnológico gratuito quando nossos concorrentes não têm que arcar com nossos custos ambientais e sociais adicionais aos deles?”

Fonte: Valor Econômico (Fernanda Pressinot)

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