CNC: Governo e setor debatem política estruturante para o café

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BALANÇO SEMANAL — 20 a 24/01/2014 

– Setor privado e Governo Federal alinham posicionamentos referentes a uma política estruturante para a cafeicultura brasileira

RUMOS DA POLÍTICA CAFEEIRA NO BRASIL — Na quarta-feira, 22 de janeiro, participamos de uma reunião do setor privado da cadeia produtiva do café com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a apresentação do relatório preliminar do Seminário “Rumos da Política Cafeeira no Brasil”, organizado pelo Conselho Nacional do Café (CNC), em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), nos dias 18 e 19 de dezembro de 2013.

O presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, ressaltou a importância do encaminhamento de uma proposta única do setor ao Governo Federal e que a previsão é que o relatório final sobre o evento, contando com as contribuições e a anuência de todos os elos da cadeia produtiva, seja finalizado no dia 31 de janeiro. O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, João Alberto Paixão Lages, mostrou-se receptivo à proposta, inclusive sinalizando seu interesse em incluir as diretrizes do relatório no planejamento das ações do Ministério para o setor café.

Após a apresentação do relatório preliminar, que abordou as ações apontadas como necessárias e as principais ideias e frases de impacto resultantes do seminário, foi reforçada a importância da reunião para a coleta de contribuições e detalhamentos das propostas por parte de todo o setor privado. Depois do debate e discussões de ideias entre os presentes, decidiu-se que seria enviado um formulário para preenchimento com sugestões ao relatório preliminar e de priorização das ações elencadas nas oficinas em curto, médio e longo prazos. Esse formulário deverá ser respondido até o dia 27 de janeiro para a composição do relatório final do Seminário Rumos da Política Cafeeira, que servirá como base para a implantação de uma política estruturante para a cafeicultura brasileira.

MARKETING — Também na quarta-feira, foi realizada a 49ª Reunião Ordinária do Comitê Diretor de Promoção e Marketing do Café (CDPM/Café). Na oportunidade, a diretora do Departamento de Promoção Internacional da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (DPI/SRI), Telma Cristina Ikeda Gondo, apresentou um informe sobre eventos e missões internacionais realizadas em 2013 e o calendário previsto para 2014. Ela destacou que as exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 99,97 bilhões no ano passado, com o café sendo responsável por 5% desse montante ao obter receita de US$ 5,3 bilhões.

Ao apresentar a participação de delegações brasileiras nas principais feiras mundiais do setor, Telma expôs que esse fato tem sido importante para o desempenho das remessas de café nacional ao exterior, haja vista que os 10 principais países onde há eventos que o Brasil participou respondem por 60% das exportações do produto nacional.

Outro assunto debatido foi o aproveitamento da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 para a promoção do produto. Após análises e debates, os titulares do Comitê definiram, como sugestão do CNC, que essa ação de marketing deve ser o primeiro passo de uma longa caminhada que abranja todos os elos da cadeia produtiva, trabalhando a divulgação do café aliado aos benefícios à saúde, ao bem estar que o consumo da bebida proporciona e à melhora do desempenho na prática esportiva. Com vistas aos jogos da principal competição de futebol do mundo em nosso país, os conselheiros elencaram cinco capitais que receberão as partidas para a execução dessa ação: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília. Essa definição surgiu do fato de serem grandes polos consumidores de café.

MERCADO — Previsões de chuvas nas regiões produtoras brasileiras amenizaram as preocupações que rondavam o mercado quanto aos impactos da estiagem na safra 2014/15, resultando em queda do mercado futuro do arábica nesta semana. A desvalorização do real e o aumento do volume comercializado frente aos melhores preços praticados nas últimas semanas também apoiaram essa tendência. O vencimento março de 2014 do contrato C encerrou a quinta-feira a US$ 1,152 por libra-peso, acumulando perda de 195 pontos na semana.

As cotações futuras do robusta na Bolsa de Londres encerraram os negócios no mesmo patamar do final da semana anterior. Embora tenha predominado o movimento de queda na maior parte dos dias, ontem o mercado reverteu as perdas, anulando a variação semanal. O vencimento março de 2014 do contrato 409 fechou a de US$ 1.710 por tonelada.
A continuidade da queda dos estoques certificados monitorados pela Euronext Liffe motivou este suporte. No dia 23 de janeiro, os estoques somavam 463,8 mil sacas, representando uma redução de 37.500 sacas em relação ao final de dezembro. Porém, o aumento da comercialização por parte dos vietnamitas antes do feriado do Ano Novo local deve continuar a pressionar as cotações do robusta.

No mercado doméstico brasileiro, os preços do café apresentaram tendência de desvalorização, principalmente para o conilon. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para arábica e robusta encerraram a quinta-feira a, respectivamente, R$ 287,14/sc e R$226,89/sc, representando variação acumulada de -0,52% e -0,98%. O levantamento realizado pela instituição demonstra aumento do volume comercializado em 2014, com redução dos estoques brasileiros de café, cujo volume está abaixo do registrado no mesmo período da temporada anterior.

O dólar apresentou alta significativa na semana, de 2,4%, encerrando a quinta-feira a R$ 2,4026. Essa foi a maior cotação desde 2 de agosto de 2013, data em que o Banco Central do Brasil deu início ao seu programa diário de intervenção. O mercado cambial brasileiro refletiu a tendência internacional de desvalorização das moedas dos países exportadores de commodities e também foi influenciado pela desconfiança por parte dos investidores quanto à política econômica interna. Além disso, expectativas quanto à sinalização de maior redução do programa de recompra de títulos nos Estados Unidos, com a aproximação da próxima reunião do Federal Reserve (28 e 29 de janeiro), reforçam a valorização da moeda americana.

Fonte: Assessoria de Comunicação Conselho Nacional do Café (Paulo André Colucci Kawasaki)

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