BRASIL NA OIC — Nesta semana, o presidente executivo e a assessora técnica do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado Silas Brasileiro e Silvia Pizzol, integraram a delegação brasileira que participou da 121ª Sessão do Conselho Internacional e demais reuniões da Organização Internacional do Café (OIC), que terminam hoje, na Cidade do México (MEX). A comitiva foi chefiada pelo Embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, assessorada pelo Conselheiro Rodrigo Estrela, do Departamento de Produtos de Base do Itamaraty, e também contou com a participação de representantes do Governo Federal, da cadeia produtiva e da Plataforma Global do Café.
Com exportação média de 34.844.059 sacas de 60 kg e uma participação de 44,5% nas exportações totais dos países membros, o Brasil teve direito a 403 votos, representando 20,15% do total do Conselho Internacional do Café. É válido destacar que a concretização desse cenário foi possível devido ao intenso trabalho do CNC junto ao Governo Federal no último mês, que garantiu o pagamento tempestivo da anuidade do País junto à OIC, permitindo que a delegação brasileira pudesse exercer seu direito a voz e voto.
MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DO CNC — Durante a reunião do Conselho Internacional do Café, instância máxima da OIC que reúne os governos dos países produtores e consumidores, o presidente do CNC, deputado Silas Brasileiro, discursou sobre a preocupação do segmento produtor com o desequilíbrio entre oferta e demanda mundiais, já que persiste a pressão por parte dos importadores para que a produção global de café se expanda. Por exemplo, o Plano de Adaptação do Café, apresentado pelo presidente da Illycaffè, Andrea Illy, que pretende estimular o crescimento de 100% na produtividade internacional dos cafezais até 2050, é contrastante com o cenário atual de preços aviltados.
Reiteramos que quaisquer iniciativas que visem à expansão da oferta de café devem estar obrigatoriamente conectadas a programas de aumento do consumo, o qual deve ser estimulado de forma permanente nos países produtores. Acreditamos que essa é a atitude mais sensata e pragmática para fomentar a sustentabilidade econômica da cafeicultura mundial, pois permitirá o avanço em direção ao equilíbrio entre a oferta e a demanda.
Mesmo reconhecendo e cumprimentando o diretor executivo da OIC, José Dauster Sette, pela excelente atuação no sentido de implementar o Plano Quinquenal da Organização, ressaltamos a importância do Conselho Internacional do Café ir além do discurso diplomático e tomar ações efetivas e práticas, que venham a gerar benefícios que sejam sentidos pelos cafeicultores e suas cooperativas, que são a razão da existência da cadeia produtiva cafeeira global.
AVALIAÇÃO DAS REUNIÕES — Além da retirada dos Estados Unidos do Acordo Internacional do Café (AIC 2007), também foram amplamente discutidos o aprimoramento das estatísticas internacionais e a promoção da sustentabilidade do setor cafeeiro mundial.
Destacamos a relevância e a profundidade técnica dos assuntos discutidos na semana de reuniões da Organização Internacional, os quais possuem ampla interface com questões comerciais e nos permitem conhecer como a indústria está incentivando a produção de café em diferentes regiões do planeta. Isso justifica as contínuas e regulares participações do CNC junto à OIC, bem como todo o trabalho de relações governamentais que realizamos para garantir direito a voz e voto à delegação brasileira.
Entendemos, por fim, que a participação efetiva do setor produtivo de café junto à OIC é fundamental para a construção de nossa inteligência estratégica e para garantir decisões que sejam favoráveis e não venham a prejudicar nossa produção e nosso comércio de café.
DELEGAÇÃO BRASILEIRA — Além do Embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, do Conselheiro do Departamento de Produtos de Base do Itamaraty, Rodrigo Estrela, e do presidente executivo e da assessora técnica do CNC, deputado Silas Brasileiro e Silvia Pizzol, a delegação brasileira também contou com a participação de:
Representantes do Governo: Secretário Mateus Drumond Caiado e Bivanilda de Almeida Tápias, respectivamente chefe do Setor Econômico e adida agrícola da Embaixada do Brasil no México, e Silvio Farnese, diretor do Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
Representantes da Produção: Breno Pereira de Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da CNA; Vanusia Nogueira, diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA); e Guilherme Vincentini, membro da Comissão do Café da CNA.
Representantes da Exportação: Nelson Carvalhaes e Marcos Matos, presidente do Conselho Deliberativo e diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ), respectivamente; e
Representante da Plataforma Global do Café: Carlos Henrique Jorge Brando, diretor da P&A Marketing Internacional.
MERCADO — Diante da baixa volatilidade e da ausência de novidades nos fundamentos, o mercado internacional do café andou de lado nesta semana, encontrando suporte com compras especulativas, porém resistência com as rolagens para fora do primeiro vencimento.
Na Bolsa de Nova York, o contrato maio/2018 subiu 45 pontos no acumulado semanal, negociado a US$ 1,1790 por libra-peso no pregão de ontem. Na ICE Futures eUROPE, o vencimento maio do café robusta encerrou a sessão de quinta-feira a US$ 1.711 por tonelada, com perdas de US$ 19 ante a semana anterior.
Outro fator de trava para o avanço dos futuros do café foi o fortalecimento do dólar, que avançou com a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que um ataque à Síria não é necessariamente iminente e com a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que apresentou que os dirigentes estão preocupados com o nível de valorização da moeda comum.
No Brasil, a divisa norte-americana registrou incremento de 1,2% na comparação com o real ao longo da semana, fechando os negócios de ontem a R$ 3,408. Internamente, a moeda se fortaleceu com a sinalização do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de que o País possui força para conter a volatilidade da taxa de câmbio.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que continua a incidência de chuvas mais significativas nas áreas produtoras de conilon do Espírito Santo. Já nas regiões de arábica, em especial o norte do Paraná e parte do Sudeste brasileiro, o ar seco impede a formação de nuvens de chuva, mas uma frente fria situada no Uruguai pode avançar nos próximos dias e, trazendo áreas de instabilidade, deverá provocar precipitações entre a Região Sul, São Paulo e parte de Minas Gerais.
A Somar prevê, ainda, que, nos próximos cinco dias, os maiores acumulados ocorrerão na faixa entre o norte paulista, Mogiana, sul e Triângulo Mineiro, atingindo até 70 milímetros, mesmo volume previsto para Rondônia. O norte do Paraná, por sua vez, deverá receber o volume máximo de 15 mm de precipitação.
No mercado interno, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) cita que os negócios permanecem travados em meio à retração dos agentes. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 433,34/saca e a R$ 319,35/saca, com variações de 1,2% e 0,9% respectivamente.
Atenciosamente,