CMN deve aprovar recursos para ordenar melhor a venda da safra 2012

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá aprovar no começo de abril, na primeira semana, R$ 2,4 bilhões para a comercialização do café em recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) e mais R$ 2,0 bilhões via Banco do Brasil também para a estocagem. Esses R$ 4,4 bilhões vão viabilizar a estocagem de pelo menos 15 milhões de sacas de 60 quilos da safra nova. A informação parte do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, que falou à Agência SAFRAS durante a Fenicafé 2012, que ocorre de 28 a 30 de março, em Araguari, Minas Gerais.

O orçamento total do Funcafé para o ano é de R$ 2,733 bilhões. Deste montante, são R$ 1,5 bilhão para a estocagem, mais R$ 500 milhões para custeio e colheita que podem virar financiamentos de estocagem. Silas Brasileiro informou que os recursos serão disponibilizados via garantia em produto, o que deve facilitar a liberação dos recursos, sem maior risco para a instituição financeira.

Brasileiro acredita que desta vez, neste ano, os recursos virão rapidamente, estando disponíveis desde o final de abril. O CMN deve aprovar voto com os recursos mais a carta reversal, que vão agilizar o processo. Esse "plano safra" para o café se estende por 24 meses e deve garantir o ordenamento da oferta neste ano de maior safra, aponta Silas Brasileiro. "O mais importante é que, dessa vez, o estoque vai ficar com o produtor e não com o comprador. Assim, o comprador não vai mandar no preço", afirmou.

Em palestra durante a Fenicafé, Silas Brasileiro rechaçou o termo "retenção", destacando que serão financiamentos normais para o ordenamento da oferta, com o produtor não vendendo a safra em três meses, mas sim em 12 meses, aos poucos, podendo dosar a oferta.

Para o presidente do CNC, neste primeiro trimestre do ano o mercado esteve desfavorável ao produtor, mas o cenário deve ser mais favorável no segundo trimestre, quando a oferta ainda não é abundante da safra nova. No terceiro trimestre, acredita numa nova depreciação do café, já que a demanda cai com o verão no Hemisfério Norte e entra mais fortemente o grão brasileiro. Mas, no quarto trimestre, a tendência volta a ser positiva, com o frio chegando novamente no Hemisfério Norte e com a oferta mais controlada. Com os financiamentos de estocagem, a ideia é abrandar o efeito de maior peso de disponibilidade do grão na entrada da safra nova.

 

Por Lessandro Carvalho, de Araguari/MG
Fonte: Agência Safras

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