CMN aprova orçamento recorde para o Funcafé na safra 2016, informa CNC

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BALANÇO SEMANAL — 28/03 a 1º/04/2016

— Após ações do CNC junto ao Ministério da Agricultura, CMN aprova orçamento recorde para o Funcafé na safra 2016


FUNCAFÉ 2016 — Conforme comunicado em nossos boletins anteriores (veja o mais recente em http://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=11912), o CNC realizou um intenso trabalho junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em especial à Coordenação-Geral de Gestão de Recursos do Departamento de Crédito, Recursos e Riscos, no sentido de obter a antecipação da liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) na safra 2016, de forma que o fato viesse a se concretizar antes do anúncio do Plano Safra, pois os cafeicultores e demais elos da cadeia produtiva têm necessidade de capital já nos próximos 30 dias, principalmente porque a colheita deste ano será antecipada em aproximadamente um mês.

Como fruto dessas ações de aproximação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, ontem, o orçamento total recorde de R$ 4,632 bilhões para a cafeicultura brasileira em 2016, seguindo a recomendação apontada, em 22 de outubro do ano passado, pelo Comitê Diretor de Planejamento Estratégico (CDPE) do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). Do total aprovado, R$ 1,752 bilhão foram destinados à linha de Estocagem, que terá R$ 246 milhões (+16,3%) a mais do que no ano passado, e R$ 1 bilhão para Aquisição de Café (FAC), que contará com orçamento R$ 250 milhões superior (+33,3%) ao de 2015. As demais linhas tiveram seus recursos mantidos, conforme apresentado na tabela abaixo.


O Conselho Nacional do Café enaltece o profissionalismo de toda a equipe do Mapa envolvida nesse processo, que compreendeu a necessidade vivida pelo setor, e, em especial, à atitude dos titulares do CMN, os quais, com a aprovação dos votos agrícolas na quinta-feira, possibilitarão que os recursos cheguem aos agentes da cadeia produtiva em um prazo adequado, permitindo que a comercialização não se faça a preços aviltados pagos ao produtor e também a preços supervalorizados para os industriais e comerciantes.

RECURSOS NAS MÃOS — Com a aprovação ocorrida ontem, o Conselho Nacional do Café entende que os recursos deverão estar à disposição dos tomadores a partir de meados do mês de maio, considerando o prazo padrão para os trâmites que envolvem a análise dos contratos por parte da Consultoria Jurídica do Mapa, o envio aos agentes financeiros, o retorno à Pasta e a posterior assinatura para liberação do capital por parte da ministra Kátia Abreu.

SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA — A Organização Internacional do Café (OIC) disponibilizou, nesta semana, a síntese das definições tomadas ao longo da rodada de reuniões da entidade, ocorrida de 6 a 11 de março, em Adis Abeba, na Etiópia. No tocante ao 6º Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro, tendo em vista os novos desafios que os países produtores enfrentam, particularmente os relacionados ao alcance de uma cafeicultura sustentável, sugeriu-se que o colegiado incida sobre um pilar da sustentabilidade que é muitas vezes esquecido, o econômico.

O então presidente do Grupo Central e também do Fórum Consultivo, o colombiano Juan Esteban Orduz, comunicou que é necessário saber como fazer para que o cultivo do café seja sustentável não apenas nos aspectos sociais e ambientais, mas, em especial, economicamente. Como resultado, o colegiado definiu que este deve ser entendido como um desafio de negócios e que poderia ser interessante envolver os comerciantes, torrefadores e varejistas, pois têm a possibilidade de efetuar essa mudança a fim de garantir a viabilidade do setor.

Esta é uma bandeira defendida pelo CNC ao longo das reuniões da OIC, no sentido de garantir preços remuneradores aos produtores, por isso entendemos a medida adotada pelo Fórum Consultivo como extremamente correta e necessária. Isso porque temos plena convicção que não é possível focar as sustentabilidades ambiental e social sem que haja o devido retorno financeiro ao produtor, que possui elevados gastos, principalmente no Brasil, com suas legislações trabalhista e ambiental rígidas, para cultivar respeitando o meio ambiente e gerando melhorias aos trabalhadores do setor.

CARLOS JORDÃO — No último domingo, 27 de março, faleceu José Carlos Jordão da Silva, sócio-fundador do CNC e figura de relevante atuação para a criação e para a afirmação do Conselho, tendo sido um dos frequentes e importantes interlocutores junto ao Governo de São Paulo no período da fundação. Jordão foi vice-executivo da entidade e, em 1986, quando o Presidente da República José Sarney convidou Abreu Sodré — então presidente do CNC — para o Ministério das Relações Exteriores, assumiu a presidência por quatro meses.

O Conselho Nacional do Café torna públicos seus votos de condolências à família de Carlos Jordão, desejando-lhes conforto e paz nesse momento de perda, e, principalmente, presta homenagem e evidencia o seu agradecimento pelo legado deixado por essa relevante liderança na defesa dos interesses do setor produtivo da cafeicultura do Brasil.

MERCADO — Em uma semana marcada por pouca volatilidade nos fechamentos e sem novidades no cenário fundamental, os contratos futuros do café arábica permaneceram praticamente estáveis em relação ao desempenho da semana anterior na Bolsa de Nova York e os do robusta apresentaram leve queda na ICE Futures Europe.

Com o início dos trabalhos de colheita no Brasil, há uma pressão natural sobre as cotações cafeeiras, porém essa foi mitigada pela movimentação em terreno negativo do dólar comercial. Na semana, a moeda norte-americana recuou 2,31%, saindo dos R$ 3,6812 da sexta-feira passada para R$ 3,5963, ontem.

Na ICE Futures US, o vencimento março do contrato C teve leve recuo de 0,1% no acumulado da semana, encerrando o pregão da quinta-feira a US$ 1,2745 por libra-peso. Na bolsa europeia, o vencimento maio do café robusta finalizou os negócios de ontem a US$ 1.471 por tonelada, registrando declínio de 1,34% na comparação com a semana antecedente.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações do café no mercado físico brasileiro se movimentaram em sentidos opostos, mas com pouca volatilidade até a quinta-feira, com o patamar ofertado ainda não sendo considerado atrativo pelos vendedores, fato que limita os negócios. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 487,18/saca e a R$ 375,13/saca, respectivamente, com variação de -1,76% e 2,17% em relação ao fechamento da semana anterior.

O Cepea informou, ainda, que a colheita de conilon começou em Rondônia. Mesmo com grãos ainda verdes nos pés, produtores têm selecionado os cafés mais maduros para formar os primeiros lotes a serem entregues para o cumprimento de contratos. Por outro lado, a entidade comunicou que chuvas em muitas regiões também interrompem as atividades de forma pontual e atrasam a maturação, mas isso não tem impedido que algum volume já comece a chegar ao mercado.

No Espírito Santo, por sua vez, o Centro de Estudos relatou que o início efetivo da colheita do robusta é esperado para meados deste mês de abril. De acordo com o Cepea, por enquanto apenas grãos precoces chegam para classificação e prova, com a maioria sendo classificada como tipos 7 e 7/8, o que é normal para esse período.


Atenciosamente,

Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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