Chuvas no Brasil devem pressionar Nova York nesta semana

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Depois de algumas sessões de sustentação, os futuros de café arábica devem passar por momentos de pressão nesta semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Isso por que estão previstas chuvas para áreas produtoras de Minas Gerais e São Paulo, que vinham sofrendo com o clima quente e seco nos últimos dias.

Conforme a Climatempo, são esperadas precipitações mais intensas a partir de amanhã nesses Estados. Em São Paulo, o acumulado pode chegar a 40 mm entre os dias 17 e 21 e a 50 mm entre 22 e 26 de setembro. No fim do mês, o acumulado pode alcançar 40 mm na Zona da Mata e no Vale do Doce mineiros.

“Temos, sim, um momento de sustentação por causa da estiagem no Brasil. Mas aquela alta de quarta-feira (11) não se deveu somente a isso. Teve muito fator técnico também, como ordens automáticas de compra”, diz corretor da Pharos. “Para mim, o viés permanece baixista por causa das safras brasileira e colombiana. Acho que o mercado vai aguardar informações mais consistentes sobre a seca por aqui para voltar a subir com força.”

Alguns analistas, contudo, ainda apostam em sustentação dos preços. Na sexta-feira, o vencimento dezembro/13 voltou a respeitar os 120 cents por libra-peso, indicando firmeza em torno desse patamar, dizem.

Tecnicamente, os futuros têm suporte inicial justamente nos psicológicos 120 cents/lb. Abaixo disso, teriam sustentação em 119 cents/lb e, depois, em 115 cents/lb. A resistência fica em 121,50 cents/lb e, na sequência, em 122,80 cents/lb.

O vencimento dezembro/13 caiu 60 pontos (0,50%) e encerrou cotado em 120,00 cents/lb na sexta-feira. A máxima foi de 121,00 cents/lb (mais 40 pontos) e a mínima, de 119,40 cents/lb (menos 120 pontos). Na semana, acumulou valorização de 1,82% (mais 215 pontos).

Os fundos de investimento pouco mexeram no saldo líquido vendido em café na ICE Futures US, conforme mostrou na sexta-feira relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), referente à semana encerrada em 10 de setembro.

Os fundos passaram de saldo líquido vendido de 32.268 lotes no dia 3 de setembro para 32.238 lotes no dia 10, considerando futuros e opções. Já os fundos de índice aumentaram o saldo líquido comprado no período, de 55.853 lotes para 56.126 lotes. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos elevaram o saldo líquido vendido, de 16.300 lotes para 17.583 lotes.

Confira o gráfico dos Fundos de Investimentos:

No Brasil, o primeiro leilão de opções de venda de café, realizado sexta-feira, não trouxe nada fora do esperado. Foram negociados 8.565 contratos (856 mil sacas) dos 10 mil contratos (1 milhão de sacas) leiloados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume corresponde a 85,65% da oferta. Não houve disputa pelos lotes que pudesse resultar em ágios sobre o prêmio de abertura, de R$ 1,715/saca, mesmo em Minas Gerais e São Paulo, onde 100% dos lotes foram vendidos.

Sem surpresas com o leilão, o mercado físico voltou a ficar bem parado na sexta-feira. Em Santos (SP), foram reportados poucos negócios, com preços ainda na casa dos R$ 280 por saca de café tipo 6, de boa qualidade, com 15% de catação.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) também destaca que o leilão ainda não surtiu efeitos imediatos no mercado, que encerrou a semana passada em ritmo lento.
O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 280,62/saca, aumento de 0,4% em relação a quinta-feira. O dólar finalizou em R$ 2,2810 (+0,35%).

Com relação ao robusta, não foram registradas alterações significativas nas cotações da variedade, diz o centro de estudos. O Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 237,28/saca, alta de 0,6% em relação a quinta-feira. O tipo 7/8 bica corrida foi de R$ 228,92/saca, queda de 0,2% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

Na próxima sexta-feira (20), ocorrerá o segundo leilão de opções de venda, nos mesmos moldes do primeiro, com 1 milhão de sacas. O preço de referência para entrega do café da variedade arábica é de R$ 343/saca e o exercício da opção está previsto para março do próximo ano.

Fonte: Agência Estado / Broadcast via Rede Social do Café

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