Chuva alivia, mas não resolve problema da cultura do café em MG

Imprimir

A volta das chuvas trouxe algum alívio para os produtores de café do sul de Minas Gerais, só que já não dá mais para reverter o prejuízo provocado pela seca dos últimos meses.

No belo cenário do sul de Minas, Maria Clara Braga mantém 96 hectares de café no município de Varginha. Filha e neta de agricultores, ela se diz apaixonada pelo cultivo, só que do ano passado para cá, o prazer da atividade foi dando lugar a preocupação.

Em 2014, Varginha recebeu apenas 698 milímetros de chuvas, 47% da média histórica para o município, e a falta d’água prejudicou os cafezais. Algumas plantas ficaram com poucos frutos e outras sem nada de produção.

Maria Clara conta que o aumento das chuvas nas últimas semanas foi muito importante para que os grãos que sobraram nos pés possam completar o desenvolvimento até a fase de colheita, que começa em maio. Mesmo assim, o que já foi perdido nos últimos meses, isso não tem mais volta.

A produtora faz parte de uma das maiores cooperativas de café da região. A Minas Sul reúne 5,2 mil produtores médios, grandes e pequenos, todos prejudicados pela seca.

Agrônomo da cooperativa, Silvio de Almeida lembra que a queda na produção varia muito de uma fazenda para outra, mas a estimativa de perda é de 20% do que seria produzido em um ano normal.

Além de reduzir a safra deste ano, a seca dos últimos meses também deve afetar a produção do ano que vem. O agrônomo André Luís Garcia, da Fundação Pró-Café, explica que a falta de água atrapalhou o crescimento dos ramos.

A queda na produção deste ano também deve provocar aumento nos custos da colheita. Marcos Frota cultiva 40 hectares no município de Carmo da Cachoeira e explica que, com menos grãos nos pés, a panha manual fica mais difícil e mais cara.

Os custos também poderão sofrer impacto da alta do dólar que vem ocorrendo nos últimos meses, afinal, boa parte dos adubos e defensivos aplicados nas lavouras é importado ou contém ingredientes importados. Outra dor de cabeça é a subida do preço do diesel, que torna mais caro o uso de tratores e colheitadeiras.

A boa notícia é que nem tudo é problema na atividade. Um ponto positivo para os agricultores é que o preço do café tem se mantido em patamares elevados nos últimos meses e pode até subir justamente pela escassez do produto. 

Fonte: Globo Rural

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *