Certificação sócio-ambiental valoriza o produto e é oportuna

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A questão da produção sustentável, utilizando menos recursos para produzir mais, de forma adequada, tem estado cada vez mais em pauta no meio rural. O momento é para o investimento em novos sistemas de produção é oportuno, principalmente com vistas à Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Quando o assunto é a cafeicultura, existe ainda um incentivo a mais: os altos preços que podem ser ainda mais valorizados com a adoção da certificação.

Segundo Rodrigo Cascalles, engenheiro agrônomo especialista na área de treinamento e capacitação do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), a certificação ambiental traz várias vantagens para os produtores. Uma delas consiste na melhoria da gestão na propriedade, gerando maior eficiência produtiva e economia de recursos para produzir, o que proporciona retorno financeiro.

— Além disso, existe uma preferência de mercado por produtos certificados. Hoje em dia, o mercado tem pagado um valor a mais pelo produto certificado. Portanto, o produtor tem uma dupla vantagem, ou seja, a economia de recursos para produzir e a diferenciação no mercado. Na cafeicultura, o produtor que possui o selo de certificação ganha, em média, 20 reais a mais por saca — afirma o engenheiro.

O selo é a comprovação de que o produtor cumpriu alguns critérios sociais e ambientais para produzir. De acordo com Cascalles, existe um documento que coloca para o produtor as regras para a certificação. Ao cumprir essas regras, ele recebe uma auditoria que comprova o cumprimento das normas, autorizando então o uso do selo.

— A produção não precisa ser orgânica, mas exige que o produtor cumpra critérios técnicos ao aplicar algum produto. Além disso, deve ficar provado que ele optou por todas as maneiras possíveis antes da aplicação de tal produto — explica.

Os critérios de certificação passam por todas as fases da produção. O engenheiro conta que cada atividade que acontece da porteira para dentro é avaliada com relação a um possível impacto ao meio ambiente e à vida das pessoas.

— Já o custo de implantação de um sistema adequado, é variável. O produtor que já possui uma boa gestão tem menos mudanças para fazer. Essa é uma certificação que acaba profissionalizando mais o produtor. Então, teoricamente, não existe a necessidade de investir mais dinheiro em infra-estrutura — diz Cascalles.

Ferramentas de coaching

Coaching é uma palavra da gramática inglesa que significa treinamento. No meio rural, ela tem sido usada como uma ferramenta para o auto-desempenho produtivo. Significa portanto, um processo de mudança comportamental para que o produtor alcance seu objetivo.

— Como é preciso cumprir algumas etapas para conseguir a certificação, o produtor precisa focar e querer fazer as modificações. Toda a filosofia por trás do coachingdiz que, se o produtor não tiver um propósito, ele acaba ficando parado, sem fazer nada — explica o entrevistado.

Ele termina a entrevista dizendo que esse é um momento oportuno para se pensar em aspectos sociais e ambientais relativos à produção agrícola, principalmente devido à proximidade da Copa do Mundo.

— Seremos visitados por pessoas de outros países que já reconhecem o selo. No caso do café, existe ainda a questão de altos preços, mais uma oportunidade de consolidar uma boa gestão na propriedade — conclui.

Fonte: Portal Dia de Campo

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