Certifica Minas Café ajuda cafeicultor a melhorar qualidade de seu produto com gestão mais moderna da propriedade

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Há cinco anos, o cafeicultor Jarbas Cleto Lopes, do município de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, resolveu mudar a forma de trabalhar na lavoura de café. Ele decidiu modernizar a gestão de sua propriedade e produzir um café de mais qualidade. Para isso, o produtor participa do programa estadual Certifica Minas Café. Segundo ele, a mudança deu certo e já apresenta resultados. Ao participar de um leilão da Associação Brasileira de Cafés Especiais em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o lote da propriedade do cafeicultor foi comercializado por um valor bem acima do pago no mercado.

O Certifica Minas Café é uma iniciativa do governo estadual e executado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O programa estimula os produtores a adotarem boas práticas de produção, uma gestão moderna da propriedade e incentiva a preservação ambiental.

Desde 2008, Jarbas Lopes participa do programa. O principal incentivo veio dos extensionistas da Emater-MG. No primeiro ano, a propriedade dele passou por um período de adequação e foi certificada em 2009. Para atender às exigências do Certifica Minas Café, o cafeicultor recebeu orientações da equipe do escritório da Emater-MG em São Gonçalo do Sapucaí.

Os técnicos da empresa sugeriram que o produtor fizesse uma gestão mais moderna de sua   propriedade. Uma das ações importantes para essa mudança foi anotar todos os dados referentes à lavoura. Prática que não era comum para o cafeicultor e que, agora, tornou-se rotina. “Com esse acompanhamento mais detalhado, a gestão da propriedade ficou mais organizada. Agora consigo planejar melhor a minha atividade”, diz. As anotações não se resumem à parte financeira, mas também ao desenvolvimento da própria cultura. Isso facilita a identificação e solução de possíveis problemas.

Outra ação de Jarbas Lopes para modernizar a gestão de sua propriedade foi redobrar a atenção com o manejo da lavoura que incluí aquisição de mudas de boa procedência, capina, controle de pragas, doenças, nutrição das plantas, podas, entre outras. Os procedimentos pós-colheita também passaram a ter maior atenção do produtor. Além disso, na propriedade, o armazenamento do café acontece em temperatura e umidade adequadas, diminuindo o risco de perdas.

“Com o manejo adequado da lavoura, o produtor terá um acréscimo de qualidade nos grãos. Haverá um equilíbrio nutricional de sua lavoura e, com isso, os grãos serão maiores, o que é favorável no mercado. Já o manejo correto na pós-colheita irá potencializar as características naturais do café”, afirma a extensionista da Emater-MG, Adriana de Barros Rodrigues.

Lopes adotou ainda procedimentos para a conservação e preservação da água e do solo, como a manutenção da vegetação entre as linhas do cafeeiro e a realização de roçadas para controle do mato. Práticas que melhoram a infiltração da água no solo, aumentam a diversidade biológica da propriedade e evitam a erosão. Já os agrotóxicos recomendados utilizados na lavoura são guardados em lugar afastado, e as embalagens vazias devolvidas nos locais autorizados.

Para o coordenador regional de Culturas da Emater-MG, Edmundo Modesto, a certificação da propriedade é o caminho mais indicado para os produtores. “Com o Certifica Minas Café, o produtor melhora a gestão de sua propriedade, o manejo da lavoura e a qualidade do seu café. Com isso, o seu produto será mais valorizado e ele terá mais chances de se manter no o mercado.

Com a certificação de sua propriedade, Jarbas Lopes espera valorizar seu produto e conquistar novos mercados. Em 2011, ele foi um dos finalistas do Cup of Excellence na categoria natural. Concurso realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O prêmio para o produtor foi o direito de participar, em março de 2012, de um leilão internacional. O lote da propriedade dele  foi vendido por R$1.821,00 para uma empresa do Japão. Valor cinco vezes maior que o de mercado. “Eu tinha uma boa expectativa. Mas fiquei surpreso com o resultado e o valor de comercialização do lote. Agradeço pelo trabalho feito dentro do Certifica Minas Café e pela orientação dos extensionistas da Emater-MG”, afirma Lopes.
       
Certifica Minas Café

O Certifica Minas Café deve atingir a marca de 1.600 propriedades cafeeiras certificadas até o fim de 2012. Com a atuação de extensionistas especialmente treinados para a atividade, a Emater–MG orienta os produtores sobre as adequações das fazendas candidatas à certificação. Após essa etapa, o IMA faz as auditorias preliminares para checar se todas as exigências foram obedecidas. Em seguida, uma certificadora de reconhecimento internacional faz a auditoria final e concede a certificação às propriedades.

O programa chama a atenção dos cafeicultores para a necessidade do equilíbrio entre produção e meio ambiente. Entre as diversas ações ambientais do Certifica Minas Café se destacam aquelas voltadas para a preservação dos recursos hídricos. Atualmente, o cafeicultor tem de cumprir 95 itens para conseguir a certificação de sua propriedade, dos quais 34 referem-se a ações voltadas à preservação ambiental e 23 são especificamente sobre produção e conservação dos recursos hídricos.    

Fonte: Emater-MG

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