Cepea: preços do arábica avançam na parcial da temporada 2015/16

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As cotações internas do café arábica avançaram em dezembro, apesar da baixa liquidez durante a maior parte do mês. Apenas nos primeiros dias do mês o volume de negócios esteve maior. Além das festas de final de ano, previsões de clima favorável em regiões de arábica e oscilações do dólar também influenciaram a retração de agentes. Na parcial da temporada 2015/16 (de julho/15 a dezembro/15), a média do Indicador do arábica, de R$ 457,93/sc, está 3,62% superior à do mesmo período da safra 2014/15 (de R$ 441,90/sc).

Em dezembro/15, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, foi de R$ 479,32/saca de 60 kg em dezembro, 2,11% superior à de novembro/15 e 5,3% acima da de dezembro/14, em termos nominais. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os contratos em dezembro foi de 122,3 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 1,18% frente a novembro.

RETROSPECTIVA: Forte oscilação de preços em 2015 limita negócios
Os preços internos do café arábica registraram fortes oscilações ao longo de 2015 e ficaram praticamente nos mesmos níveis nominais da maior parte da safra passada. Quanto ao volume de grãos comercializado na primeira metade da temporada 2015/16 (de julho a dezembro/15), ficou aquém do observado no mesmo período da safra passada (2014/15), quando o ritmo de negócios já havia sido considerado fraco. No geral, produtores estiveram negociando apenas quando tinham necessidade de “fazer caixa”.

Em relação à qualidade dos grãos da atual temporada 2015/16, está inferior à da safra passada. No período de desenvolvimento da temporada, o clima desfavorável resultou em maturações desiguais do arábica, além de ter prejudicado a granação e o enchimento dos grãos, diminuindo o tamanho do café. Já no início da colheita, chuvas castigaram os cafezais, limitando os trabalhos de campo e reduzindo a qualidade da bebida. A partir de outubro, no entanto, o clima passou a favorecer o desenvolvimento das lavouras de arábicas da temporada 2016/17 e a animar produtores, que passaram a realizar os tratos culturais necessários.

PERSPECTIVA: Clima deve favorecer o arábica na safra 2016/17
Para 2016, assim como nas duas últimas safras, o clima no Brasil mais uma vez deve ser uma das principais variáveis a afetar o mercado de café no Brasil e no mundo. As preocupações com os impactos do El Niño nas lavouras do Brasil, Colômbia e Vietnã devem ditar o ritmo dos mercados em 2016. Segundo a Somar meteorologia, o enfraquecimento do fenômeno El Niño só deve ocorrer a partir de junho/julho com a chegada do inverno, o que, para as regiões produtoras de arábica, pode ser favorável ao bom desenvolvimento da safra. Contudo, a partir de junho, já começa a colheita em algumas regiões e, caso a alta umidade se mantenha, pode prejudicar ou atrasar os trabalhos no campo e atrapalhar a secagem do grão.

Em relação ao desenvolvimento da temporada 2016/17, que se inicia oficialmente em julho/15, desde a abertura das flores nas lavouras de arábica até o atual período de granação, as condições climáticas estiveram favoráveis. Com isso, a maioria dos produtores realizaram os tratos culturais recomendados com expectativa de que a próxima safra seja melhor que a atual. Vale lembrar que a próxima temporada deve ser de bienalidade positiva. Apesar de ainda não haver estimativas oficiais de produção para a safra 2016/17, colaboradores consultados pelo Cepea indicam que se as condições climáticas nas lavouras da variedade seguirem favoráveis, a produção pode superar a atual temporada, tanto em qualidade como em volume produzido. 

Fonte: CNC via Cepea/Esalq USP

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