CEPE/Café formaliza gestão compartilhada

Imprimir

O crescimento do Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão do Agronegócio Café (CEPE/Café) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) tem sido tão expressivo que, à semelhança de um condomínio, torna-se necessário um regimento para organizar e dar sustentabilidade aos projetos cooperativos e uso coletivo da infra-estrutura. Em reunião realizada na quarta-feira (14), no anfiteatro do CEPE/Café, professores, pesquisadores e estudantes que têm o café como tema de seus estudos debateram a elaboração de normas e diretrizes que visam facilitar a convivência de todos os participantes.

Esta integração teve início em 1994, quando incentivados pelo então professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, estudantes de graduação e pós-graduação do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA) criaram o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF), que se fortaleceu e deu origem ao CEPE/Café. Com o apoio de diversos programas de pesquisa e fomento, consolidou-se como um modelo de gestão participativa, que passou a agregar recursos humanos e de infra-estrutura para a solução de tecnologias demandadas pelo setor.

Multidisciplinar e com a participação de diversas instituições parceiras, o CEPE/Café representa a união de diversos Departamentos da UFLA (hoje, cerca de 80 professores trabalham direta ou indiretamente com o café), o NECAF (representação dissente), o Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, o Polo de Tecnologia em Aplicação de Defensivos, o Polo de Excelência do Café (PEC/Café), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT/Café), duas biofábricas, a Revista Coffee Science (única revista científica especializada em cafeicultura do Brasil), além de diversas outras iniciativas, como experimentos sobre irrigação, mecanização, melhoramento genético e manejo da lavoura cafeeira.

Para o professor Rubens José Guimarães, a evolução do Centro respalda-se no principio de integração e complementaridade entre as diversas competências, sendo que o resultado do trabalho coletivo resulta em uma destacada densidade de conhecimento. Ele destaca que esta força conquistada pela agregação de diversas áreas tem sido um motivador para novas conquistas, como a escolha da UFLA para sediar o PEC/Café, embasado justamente no alinhamento estratégico para transformar o conhecimento em inovação e produto.

“A iniciativa de elaboração do regimento não nasceu para resolver situações de conflito, mas, justamente, para garantir que a convivência, o compartilhamento de ideias e o uso comum de toda a estrutura acompanhem o crescimento e expansão do CEPE/Café”, enfatiza o professor Rubens. Ele ressalta ainda que a convivência harmoniosa de todos os setores envolvidos favorece a aplicação e adoção das tecnologias geradas pela pesquisa, como um mecanismo permanente de integração entre a universidade e seu público de referência.

Para Gabriel José de Carvalho, chefe do Departamento de Agricultura da UFLA, o regimento deverá facilitar a organização do uso coletivo dos recursos e estruturas. Embora as normas representem um processo de burocratização, por outro lado, evitam o mau uso do bem público e reforçam o sentimento de justiça pela equidade de sua aplicação. “Este debate é apenas um embrião, mas caminha para uma organização muito positiva”, afirma.

Coordenadora do Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Rosemary Gualberto Pereira considera importante o debate sobre esta normatização, sobretudo, para que cada setor possa apresentar suas dificuldades e demandas. Como professora do Departamento de Ciência dos Alimentos, Rosemary sugere uma organização das rotinas dos laboratórios e dependências de uso comum, para facilitar o agendamento programado das atividades. “O uso do bem público envolve interação e comprometimento, não só durante o uso, mas também para a sua manutenção e crescimento”, destaca.

Fonte: Polo de Excelência do Café

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *