Carvalhaes comenta desempenho negativo do mercado na última semana

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O crescente número de notícias negativas para a economia mundial levou muitos investidores a adotarem uma postura mais cautelosa e diversos mercados tiveram uma semana de resultados negativos, entre eles o do café. O comentário parte do boletim semanal do Escritório Carvalhaes.

Carvalhaes destacou que a crise financeira na zona do euro retornou às manchetes ao ficar claro que mais um país, Portugal, será obrigado a pedir ajuda para arrumar suas contas e voltar a se adequar aos padrões da união monetária. A escalada da intervenção militar internacional para implantar uma zona de exclusão aérea na Líbia aumenta a tensão no oriente médio, região vital para o abastecimento mundial de petróleo. A situação no Japão com o terremoto, tsunami e crise nuclear devido aos danos sofridos na usina de Fukushima, levaram mais incertezas aos analistas econômicos. Esses acontecimentos acabaram derrubando muitas bolsas ao redor do mundo, pontuou o boletim.

As bolsas de café operaram em baixa acentuada no decorrer da semana passada, mas começaram a se recuperar quinta-feira à tarde e, na sexta-feira, a ICE em Nova Iorque já fechou em alta de 280 pontos. O mercado físico brasileiro não acompanhou a baixa das bolsas, ressaltou Carvalhaes. Alguns compradores diminuíram o valor de suas ofertas e os vendedores se retiraram do mercado. Os fundamentos do café se revelam mais consistentes a cada dia, levando os cafeicultores a não aceitarem pressão sobre os preços. Com a reversão das bolsas a partir do final do pregão de quinta-feira passada, as ofertas voltaram ao patamar da semana anterior e vários lotes foram vendidos, observou Carvalhaes.

O boletim destacou ainda que a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento – divulgou seu relatório final do "Levantamento de Estoques Privados de Café do Brasil", adotando como data de referência o próximo dia 31 de março. O volume apurado foi de 8.943.988 sacas, confirmando que na prática o estoque de passagem em 30 de junho próximo será zero. Se adotarmos para os últimos três meses do ano-safra, abril, maio e junho, um consumo interno médio mensal de 1,5 milhão de sacas e exportação média mensal de 2,5 milhões de sacas, precisaremos, até o final de junho, de 12 milhões de sacas, alerta Carvalhaes.

Esses números indicam que os primeiros lotes da nova safra 2011/2012 serão usados para fechar o "balanço" do ano-safra que está terminando. Como a nova safra, de ciclo baixo, não será suficiente nem para as necessidades brasileiras de consumo e exportação do novo ano-safra, que começará em primeiro de julho, fica clara a razão do nervosismo dos operadores e dos factóides que são lançados quase que diariamente no mercado, tentando levantar uma cortina de fumaça sobre os fundamentos, concluiu Carvalhaes.

Fonte: Safras & Mercado

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