Cafezinho brasileiro vira protetor solar

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Paixão nacional, e internacional, o café que acorda muita gente pode ser consumido até na praia. Só que com uma diferença: como protetor solar. Pesquisa do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, demonstrou o potencial de uma substância extraída do óleo do grão do café, o caveol, capaz de bloquear raios ultravioleta. O uso da substância não se restringe à aplicação na pele e pode ser aproveitada em qualquer tipo de equipamento que necessite de proteção conta a radiação solar, como placas de asfalto nas estradas. O resultado é inédito e já tem pedido de patente.

O óleo extraído do café contém inúmeras substâncias classificadas como saponificáveis ou insaponificáveis, ou seja, passíveis ou não de se tornarem sabão químico. O caveol é uma substância encontrada na matéria insaponificável. “O óleo do café é uma mistureba de coisas. O potencial para a descoberta de novos usos está na pesquisa”, afirma o pesquisador do IAC, Nilson Borlina Maia.

A pesquisa com o óleo de café começou informalmente no Instituto em 2003, mas foi só em 2010 que a aluna da Pós-graduação IAC em Agricultura Tropical e Subtropical, Tais Aleriana Lucon Wagemaker, defendeu tese de mestrado comprovando o potencial do caveol. A Pós-graduanda foi orientada pelo pesquisador e diretor do Centro de Café, Oliveiro Guerreiro Filho, e pela pesquisadora Cássia Regina Limonta Carvalho, do Centro de Recursos Genéticos Vegetais do IAC.

O objetivo da pesquisa é descobrir usos alternativos para materiais já existentes. Esse potencial está no café, estudado no programa de melhoramento genético do IAC. “Não melhoramos a genética do café para descobrir o potencial do óleo, buscamos no material que já foi melhorado novas possibilidades”, afirma Maia, pesquisador do IAC, da Agência de Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O trabalho foi viabilizado por meio de uma parceria entre o IAC, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Linax, empresa que funciona dentro do IAC com recursos também da FAPESP, via projeto Pequenas Empresas (PIPE-FAPESP). A Linax trabalha em parceira com o IAC desenvolvendo pacotes tecnológicos sustentáveis no ramo de destilação de óleos essenciais.

De acordo com Maia, o uso do caveol na proteção contra raios ultravioleta é apenas uma das pesquisas desenvolvidas pelo IAC nessa área. “O potencial do café está muito longe de ser esgotado. Através da pesquisa, é possível descobrir sempre um novo uso, nunca antes visto”, explica. O pesquisador também estuda, em parceria com a Unicamp, o efeito do óleo da bebida mais famosa do Brasil na cicatrização de úlceras cutâneas, ou seja, feridas. “Buscamos sempre usos inovadores para materiais que já existem”, completa.

A pesquisa com o caveol já está concluída, mas depende de parcerias para chegar até o mercado consumidor. Com esse foco, o IAC irá apresentar esse e muitos outros pacotes tecnológicos durante a terceira edição da Feira de Negócios em Inovação Tecnológica entre Empresas, Centros de Pesquisa e Universidades, a INOVATEC, acontece de 07 a 09 de novembro de 2011, em São Paulo.

A INOVATEC sempre esteve voltada para a realização de novos contatos entre empresas e instituições de pesquisa tecnológica. Serão quatro áreas de conhecimento disponíveis para a inscrição de projetos: patentes, prestação de serviços tecnológicos, competência em pesquisa e laboratórios e equipamentos disponíveis para a locação ou prestação de serviço.

Fonte: Assessoria de Imprensa – IAC

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