Cafés especiais em busca da Indicação Geográfica

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Os representantes dos cafeicultores que produzem cafés especiais nos municípios da Amog deram o primeiro passo em busca da Indicação Geográfica (IG) visando agregar valores e proteger a marca “Cafés do Sul de Minas”. Na reunião de quinta-feira (14), o assunto discutido na Amog e reuniu produtores, Sebrae, o secretário de agricultura de Juruaia Marcio Silva, as associações de cafeicultores de Jacuí, Nova Rezende, São Pedro da União, além de técnicos da Emater e o Concafé (Consórcio Público para o Desenvolvimento do Café no Sul e Sudoeste de Minas)

O encontro teve por objetivo a construção de um panorama a ser desenvolvido em 2019, por meio de capacitações, visitas de campos, palestras e outras atividades, visando o reconhecimento da IG do café do Sul de Minas. O assunto é discutido em outras regiões de Minas que já estão mais avançadas no processo de reconhecimento da indicação de origem. De acordo com Fernando Barbosa, diretor de cafeicultura da Amog, a reunião foi realizada pois “os produtores já demonstravam o interesse em registrar o nome dos cafés do Sul de Minas como forma de proteger o produto”, explicou na abertura.

O Sebrae, atendendo a demanda, deve elaborar uma proposta de trabalho. Segundo a gerente de Agronegócios do Sebrae-MG, Priscila Lins, a partir da demanda dos cafeicultores vão ser realizadas atividades para que ocorra no Sul de Minas o que já vem sendo feito por exemplo na região das Matas de Minas, “é um trabalho a longo prazo mas que resguarda a marca e as características únicas dos Cafés do Sul de Minas”, explicou.

“O café do Sul de Minas já é famoso pela qualidade e o que faltava era uma ferramenta de proteção e de divulgação do produto. Creio que essa valorização trará muitos benefícios e orgulho para nossos cafés e principalmente para os produtores. Defendo junto aos produtores que solicitamos ao Sebrae esse estudo para viabilizar a proteção da marca do nosso café que faz parte da história e da cultura do nosso município”, diz o presidente da COOPERVITAE (Cooperativa dos Produtores Orgânicos de Nova Resende e Região), Alessandro Miranda .

Segundo Marcio Silva, secretário de agricultura de Juruaia, por meio da indicação geográfica é possível desenvolver um marketing efetivo e agregar valores de mercado ao produto. “Os cafés do Sul de Minas conseguem unir qualidade e origem, um diferencial muito competitivo. Juruaia é um exemplo no setor da confecção que pode ajudar a agregar ao mercado de cafés especiais, temos um centro de eventos com capacidade para mais de 3 mil pessoas”, enfatizou ao aderir ao projeto.

“Essa é uma nova porta que se abre para o café do Sul de Minas, uma vez reconhecido como Indicação Geográfica o mundo todo tomará conhecimento da origem do grão que está consumindo na xícara. Hoje no Brasil temos em torno de 62 IG’s reconhecidas“, explicou Leonardo Moé, do Sebrae de Divinópolis.

“O próximo passo será a elaboração de um diagnóstico sobre o cenário do café do Sul de Minas, realizado com o apoio dos produtores da região e os órgãos envolvidos”, explicou Rogério Gallupo, consultor do Sebrae.

O café tem uma enorme importância econômica para os municípios da região. “De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de café ficou em torno de 16,4 milhões de sacas em 2018 no Sul de Minas, e o Estado de Minas Gerais ficou entre 29,1 e 30,6 milhões de sacas de café na safra 2018”, explicou a cafeicultura Suzana Santos, de Muzambinho.

“A Indicação Geográfica reforça a identidade social de um produto e amplia em muito seu valor de mercado, garantindo ainda direitos exclusivos sobre o seu uso e produção,” explicou Eduardo Avelino, representante do Sebrae na região.

Sobre a IG
A IG é um registro conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, e apresentam qualidades particulares relacionadas a seu local de origem em função do solo, clima, vegetação e conhecimento (saber fazer) dos envolvidos. Quem concede o registro e emite o certificado é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Além de trazer retorno aos produtores, a Indicação Geográfica é capaz de beneficiar diretamente as localidades produtoras, levando reconhecimento e desenvolvimento econômico a elas.

Fonte: Muzambinho.com (Por Valéria Vilela)

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