CAFÉS ESPECIAIS E O PROMISSOR MERCADO DA QUALIDADE

A colheita do café em Minas está quase finalizada, mas o cenário é preocupante para grande parte dos produtores. O longo período sem chuva e a temperatura muito acima da média histórica resultaram na ocorrência de grãos miúdos, com perda em quantidade e qualidade. Não bastassem os problemas climáticos, as lavouras sofreram também os reflexos da crise econômica, com custos de produção mais elevados. Ao final do processo, ainda amargaram queda nos preços pagos pela saca.

Os cafeicultores têm agora o desafio de administrar o escoamento da produção, a gestão do caixa e, ao mesmo tempo, planejar e investir para a próxima safra, em cenário semelhante ao deste ano. Por outro lado, é também momento de considerar alternativas mais rentáveis e que garantam menor dependência das variações de mercado. A aposta na produção de cafés especiais traduz uma visão empreendedora bem sucedida em todas as regiões produtoras do nosso estado.

É notável a valorização dos cafés especiais no volume e na receita gerada para a economia nacional. Dados da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) mostram que dos 10% do café especial produzido no país, a metade é de origem mineira. Em 2014, foram exportadas 36,3 milhões de sacas, sendo 32,9 milhões de sacas de café verde e 3,4 milhões de sacas industrializadas.

Das sacas de café verde, 24,6% são cafés diferenciados (especiais), representando 8,1 milhões de sacas exportadas. Destaca-se o valor agregado na receita obtida das sacas especiais (US$ 232,28/saca), aumento de 28,3% no valor pago, enquanto o café verde natural/médio foi vendido ao preço médio de US$ 181,07/saca.

Essa valorização dos cafés especiais pode ser conquistada a partir das ações voltadas para a gestão da produção, para a promoção das origens produtoras, reforçando o conceito de qualidade, e também para o reposicionamento estratégico das agroindústrias cafeeiras, visando agregar valor ao produto final.

Para potencializar as oportunidades desse mercado – assim como proporcionar o diálogo direto entre cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores, fornecedores, empresários, baristas, proprietários de cafeterias e apreciadores de todo o mundo – o Sistema Faemg, o Sebrae Minas e a Café Editora promovem no próximo mês o maior evento do setor no país.A terceira edição da Semana Internacional do Café – SIC 2015,será de 24 a 26 de setembro, no Expominas, em BH, e terá três eixos temáticos: Mercado & Consumo, Conhecimento & Inovação e Negócios & Empreendedorismo.

Resultados expressivos, somados à expertise adquirida ao longo das edições anteriores, solidificam a SIC entre os cinco maiores eventos de café do mundo. A programação completa dos eventos simultâneos, cursos e seminários está no site www.semanainternacionaldocafe.com.br

 

 

* Roberto Simões – Presidente do Sistema FAEMG

 

 

Fonte: Sistema FAEMG

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