Cafés certificados serão 25% do mercado mundial em 2015, afirma especialista
Soren Knudsen, especialista em soluções sustentáveis, afirmou que, em 2015, cerca de 25% dos cafés do mercado mundial serão certificados. Ele fez a declaração em aula do 54.º Curso de Classificação e Degustação de Café da Associação Comercial de Santos (ACS), na manhã desta terça-feira, 16 de julho de 2013, na Sala de Classificação e Prova de Cafés da entidade, na Rua XV de Novembro, 137 – 3.º andar, no Centro Histórico.
Ele citou o estudo "Trends in the Trade of Certified Coffees" (Tendências noComércio de Cafés Certificados, na tradução do inglês), que antecipa que o mercado internacional de cafés certificados, que representou 8% em 2009, chegará ao patamar entre 20% e 25% em 2015.
Knudsen apresentou a palestra "Sustentabilidade, Rastreabilidade e Processos de Certificação" à turma de 16 alunos japoneses, um espanhol e um brasileiro, participantes do 54.º Curso de Café da Associação Comercial de Santos.
O curso começou em 1.º de julho e tem previsão de encerramento em 25 de julho, com aulas de segunda a sexta-feira, das 8 às 10 horas, orientadas pelos professores Davi Antonio Pinto Teixeira e Nilton Ribeiro, classificadores e degustadores de café com ampla experiência. A tradução do japonês para o português e vice-versa é feita pela tradutora Sayoko Nakai.
O programa do curso incluiu visita a uma fazenda de café (Fazenda Santana, em Santo Antônio do Jardim, no Interior de São Paulo) e terá visitas a uma torrefadora, a da Mitsui Alimentos, na Capital, e à Dínamo, que tem armazéns em Santos com estrutura para beneficiamento do produto.
Soren Knudsen definiu sustentabilidade como "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas", citando conceito do Relatório Brundtland, de 1987.
As premissas básicas que fundamentam a sustentabilidade são a necessidade de otimizar o capital financeiro, o capital humano e social e o capital ambiental.
Quanto à rastreabilidade, o especialista conceituou como "manter os registros necessários para identificar e informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto".
A certificação promove a avaliação de um processo, por intermédio de critérios que visam verificar o cumprimento de requisitos por meio de indicadores rastreáveis. As principais certificações ou verificações no mercado do café são a Ifoam Basic Standard (café orgânico), Fair Trade, Rainforest Alliance, UTZ Certified e 4C – Código Comum da Comunidade Cafeeira, além da Starbucks Cafe Practices e da Nespresso.
Em um mundo onde a sustentabilidade é cada vez mais um conceito a ser praticado, é preciso considerar tendências, de acordo com Soren Knudsen, como a proteção às florestas, as mudanças climáticas, a proteção à vida selvagem, a extrema pobreza e a gestão empresarial.
Os desafios, conforme o especialista, são o crescimento exponencial de demanda e o crescimento geométrico de oferta. "Embora a demanda cresça, a oferta pode apresentar um nivelamento, pois os produtores mais aptos a se certificarem já estão no mercado", alerta Soren Knudsen.
O especialista adianta algumas percepções sobre o mercado internacional de café e a questão da sustentabilidade. "A tendência é a consolidação de grandes cadeias particulares de fornecimento, guiadas pela multinacionais, cada qual com o seu selo de preferência. Outra tendência é de cafés com certificações múltiplas, oferecidos ao mercado. A quantidade é tão importante quanto a qualidade".
Soren Knudsen também comenta que o estreitamento das relaçõescomerciais pela cadeia assegura fidelidade e entrega.
No que diz respeito às certificações, "Cafe Practices, Nespresso e 4C apresentam as melhores oportunidades por volume com qualidade específica". A 4C oferece a melhor oportunidade de volume de café principal e a Rainforest apresenta a melhor oportunidade para cafés de qualidade com ágio. "O Brasil é o único país que oferece essas condições", afirmou Soren Knudsen.
Por Daniela Novaes
Mais informações sobre sustentabilidade no site:www.sorenknudsen.com.br
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