Cafeicultura arborizada traz resultados satisfatórios a produtores

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Mesmo sendo sua produção tradicional a monocultura a pleno sol, os cafeicultores brasileiros estão se beneficiando com a arborização. Produtores de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rondônia e Ceará vêm obtendo resultados satisfatórios.

A técnica é utilizada desde o início do cultivo, na Etiópia, e em grande escala em Sumatra, Nova Guiné, Nicarágua, El Salvador, Peru, Panamá e Guatemala. Em 1895 foi relatada a tentativa inicial de sombreamento em solo brasileiro, na região de Campinas (SP). No entanto, o plano foi por água abaixo, já que as árvores empregadas tinham copas imensas e o excesso de sombra reduziu drasticamente a produção.

O estado mineiro, que representa pouco mais da metade da cafeicultura do Brasil, tem seu cultivo realizado consorciado, principalmente, com banana-prata e coqueiro-anão. No entanto, no início da plantação é aconselhável a utilização de plantas de crescimento rápido, que irão proteger o café.

Além disso, alguns cuidados básicos, como a poda e a adubação, precisam ser seguidos. No caso da poda, o professor Romário Ferrão, pesquisador da Incaper, diz no curso Como Produzir Café Conilon, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, que “a de produção deve ser realizada com alguns cuidados e observações locais, verificando-se o grau de fechamento da lavoura, o nível de depauperamento das plantas, a evolução do cultivo e a dependência do produtor em relação à produção futura”.

Para implantar, é necessário verificar a espécie adequada para a região, de acordo com o clima local. De modo geral, as árvores devem ter raiz profunda e grande capacidade de geração de matéria orgânica. Também é importante que as sementes não se confundam com as do café e que a planta seja caducifólia (que perde as folhas), pois no inverno o sombreamento não pode ser intensivo, para não prejudicar a indução floral.

As principais vantagens da arborização são as climáticas, como a redução do vento, que traz pragas e quebra os galhos; a radiação solar; e a geada, que além de amenizar a temperatura no interior da plantação garante um ambiente mais úmido. A técnica promove a maturação mais lenta do café, permitindo assim maior tempo de colheita. O custo do cafeicultor com o controle de espécies invasoras também cai. A consequência direta é a melhoria da qualidade do café.

Fonte: AgnoCafe

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