Cafeicultores ainda têm dúvidas sobre medidas anunciadas pelo governo, enquanto preços continuam baixos
Mesmo após publicação no diário oficial desta segunda-feira(25), cafeicultores e cooperativas ainda têm dúvidas sobre medidas anunciadas. Faltam, por exemplo, informações sobre ressarcimento para quem já pagou as parcelas vencidas e o que aconteceria com quem não conseguisse quitar os 20% da amortização.
Nesta segunda-feira (25), foi divulgada no Diário Oficial da União a renegociação das parcelas de financiamento dos produtores de café, após a resolução do Conselho Monetário Nacional na última sexta-feira (22). De acordo com o voto do Conselho os cafeicultores podem renegociar as parcelas das operações de investimento, custeio e comercialização já vencidas e que irão vencer entre os dias 1 de julho deste ano e 30 de junho de 2014. Os produtores têm até o dia 31 de janeiro de 2014 para manifestar o interesse na renegociação das dívidas.
De acordo com o Presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, o maior problema é que para aderir a essa medida o cafeicultor precisa pagar 20% da dívida e muitos não tem condições de fazer esse pagamento. Além disso, os produtores acreditam que o prazo de 5 anos é curto e o ideal seria 10 anos. Outra questão é a renegociação do café que foi feita em 2011 em 12 parcelas e isso não entrou nessa renegociação. Com isso, no próximo dia 4 haverá uma reunião do CNC (Conselho Nacional do Café) junto as cooperativas para que essas dúvidas sejam discutidas e levadas ao governo.
Essa medida também não influenciou o aumento dos preços do café, embora tenha ocorrido uma estabilização. Nesse momento, a saca está a R$ 250,00, o que não cobre o custo médio de produção de R$ 340,00/saca. Paulino afirma que para resolver o problema de preços baixos é necessário que o governo faça um Pepro, uma vez que o mercado está muito abastecido e essas medidas do governo não estão surtindo efeito e, mesmo as 3 milhões de sacas das opções que serão retiradas do mercado, não serão suficientes para melhorar os preços.
Fonte: Notícias Agrícolas