Cafeicultor ganha maior prazo

Imprimir

Os cafeicultores de Minas Gerais terão prazo de 60 dias para pagar a primeira parcela das operações de estocagem contratadas em 2012 com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O adiamento é considerado importante para o setor e evitará a colocação excessiva de grãos no mercado, o que poderia provocar novas quedas de preços. A medida compreende os financiamentos com vencimento entre 1º de dezembro de 2012 e 31 de março deste ano.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a decisão, tomada em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), também incluiu as operações de custeio convertidas em estocagem. Com isso, o governo federal espera que deixem de ser colocadas no mercado cerca de 3 milhões de sacas de café. O objetivo é reduzir as pressões de queda nos preços recebidos pelos cafeicultores observadas desde o final do ano passado.

De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das comissões de Café da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, com o novo prazo os produtores mineiros poderão planejar melhor a venda da safra.

"O dilatamento do prazo de pagamento contribuirá para que o produtor consiga vender a safra de forma mais lenta. Caso a cobrança fosse feita no prazo previsto inicialmente, provocaria aumento da oferta e novas quedas das cotações do grão", diz Mesquita.

O período de mais 60 dias para saldar o débito junto ao Funcafé foi pleiteado pelas entidades representantes dos cafeicultores e será utilizado para buscar, junto ao Mapa e ao Ministério da Fazenda, medidas efetivas que venham garantir a rentabilidade dos cafeicultores. "Vamos aproveitar esse prazo para negociar junto ao governo a criação de ações que venham estabilizar a manutenção da rentabilidade da cafeicultura do país", revela.

Acertada – Em comunicado divulgado pelo Conselho Nacional do Café (CNC), o presidente executivo da entidade, Silas Brasileiro, considerou que "a prorrogação é uma medida acertada e de impacto, necessária em razão do aviltamento das cotações do café, pois não pressionará os produtores brasileiros a venderem pelos atuais preços praticados, os quais mal cobrem os custos de produção".

Ainda segundo Brasileiro, o desafio da CNC, e demais entidades ligadas aos produtores de café, é aproveitar os 60 dias para pressionar o governo a implantar uma política de renda para a safra que ainda está em mãos dos produtores.

"Nesse sentido, o CNC e a Comissão de Café da Faemg vêm realizando negociações com representantes do Mapa e Fazenda para definir as melhores políticas a serem adotadas para que sejam alcançados preços remunerativos ao cafeicultor", ressalta Brasileiro.

De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do café, em 31 de janeiro, estavam a R$ 336,18 a saca de 60 quilos. O valor acumula alta de 0,76% no mês.

A safra atual de café segue dentro da normalidade para o período. Segundo o Cepea, o retorno das chuvas observado em meados de janeiro trouxe alívio a produtores de café na maioria das regiões acompanhadas pela entidade.

Nesta época, a atenção do setor está voltada para o desenvolvimento das lavouras, especialmente de arábica, e a umidade é fundamental para o crescimento dos grãos. O receio era de que o clima quente e seco, que predominou entre dezembro e na primeira semana de janeiro, limitasse o enchimento dos grãos de arábica.

Fonte: Diário do Comércio

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *