Café volta a se fortalecer na ICE e bate na máxima de 13,5 ano

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com boas altas, em uma sessão marcada por compras especulativas e de fundos, o que permitiu que as cotações deixassem para trás as quedas das últimas sessões e conseguissem, inclusive, testar novos níveis de alta em 13 anos e meio, o que apenas reafirma o cenário sólido vivido pelo grão no cenário internacional.

O dia foi iniciado já no lado positivo e, passo a passo, o mercado foi consolidando os ganhos, rompendo, inicialmente, a primeira grande resistência, no nível de 250,00 centavos de dólar por libra peso, sendo que, posteriormente, alguns stops de compra foram verificados, o que permitiu que o cenário conseguisse ainda mais solidez.

O mercado, dentro de seu aspecto técnico, continua dando demonstração de força. Entre sexta e terça-feira alguns operadores bearish (baixistas) tentaram forçar o mercado e conseguiram algumas retrações. No entanto, bastou uma sessão de compras em seqüência para o mercado voltar ao seu curso anterior e se ajustar em busca de novos ganhos. A grande coluna de sustentação desse mercado tão valorizado continua residindo na oferta escassa do grão no mercado internacional. Os estoques do produto estão bastante baixos nos países consumidores, como é plenamente possível comprovar nos dados referentes aos cafés certificados e armazenados nos Estados Unidos, assim como também são mínimos nas nações produtoras.

Operadores brasileiros, por exemplo, apontam que, mesmo com a forte safra de 2010, o volume de cafés em mãos dos cafeicultores do país é relativamente baixo. Somado a esse contexto, ainda há os problemas climáticos, que deverão fazer com que o Vietnã colha apenas uma safra razoável, que a Colômbia volte a ter uma produção consideravelmente baixa e que países como os centro-americanos e o México também não coloquem volumes exorbitantes do grão no mercado internacional.

Esse cenário ainda é afetado pelo consumo, que se mantém em alta. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve alta de 600 pontos com 253,60 centavos, sendo a máxima em 254,05 e a mínima em 247,80 centavos por libra, com o maio tendo oscilação positiva de 605 pontos, com a libra a 255,65 centavos, sendo a máxima em 256,00 e a mínima em 249,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março registrou alta de 26 dólares, com 2.221 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 29 dólares, com 2.254 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o café, tecnicamente, se mostra forte, mesmo com retrações pontuais, como as observadas ao longo das sessões recentes. O fechamento tem, constantemente, conseguido ficar acima de médias móveis que são formações importantes para o acionamento de ordens automáticas de compra, como verificado nesta quarta-feira. "Estruturalmente, o mercado é de muita consistência. Os gráficos estão conseguindo ser formados com certa tranqüilidade, ao passo que os suportes principais não conseguem ser testados.

Na baixa recente esperávamos poder buscar um nível de 230,00 centavos, o que, efetivamente, ficou distante. Ou seja, o mercado sobe por uma estrutura altista e tem um bom resguardo para não buscar suportes que poderiam fazer, tecnicamente, com que ordens mais agressivas de venda fossem acionadas", apontou um operador. A greve de caminhoneiros na Colômbia tem adesão apenas parcial e ainda não representa grandes problemas para infra-estrutura de transportes do país.

A Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) emitiu nota informando que não se verifica nenhum problema nas remessas do país, já que ainda há uma reserva considerável do produto nos portos. Na noite desta quinta-feira uma reunião entre representantes do governo e entidades como Colfecar, Defencarga e Aliança Transportadora analisariam saídas para o fim do movimento grevista.

A produção de café da Colômbia cresceu 76% em janeiro, indo para 908 mil sacas, contra 515 mil sacas do mesmo mês do ano anterior, informou a Federacafe. Já as exportações no mês tiveram incremento de 50% indo para 815 mil sacas. As exportações de café do Brasil em fevereiro, até o dia 8, somaram 332.910 sacas, contra 296.749 sacas registradas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.125 sacas indo para 1.611.681 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 38.112 lotes, com as opções tendo 4.907 calls e 2.181 puts. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 254,05, 254,50, 254,90-255,00, 255,50, 256,00, 256,50, 257,00, 257,50 e 257,90-258,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 247,80, 247,50, 247,00,246,70, 246,50, 246,00, 245,50, 245,10-245,00, 244,50, 244,30, 244,00, 243,50 e 243,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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