Café volta a buscar correções, mas ICE fecha dia com ganhos limitados

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, em um novo dia marcado pela recuperação, mesmo com o cenário externo se mostrando ainda cheio de temores e incertezas no que se refere aos rumos da economia internacional.

Uma leve baixa para os contratos foi reportada logo no início do dia, no entanto, os bearishs (baixistas) não demonstraram potencial para continuar suas ordens de venda e, assim, rapidamente, os compradores passaram a ser predominantes. Na parte da manhã, o nível de 245,00 centavos não conseguiu ser rompido, sendo que, uma desaceleração chegou a ser reportada.

Na parte da tarde, porém, ganhos mais fortes foram observados, com a posição setembro chegando a apresentar evolução de 710 pontos. No entanto, tal força não conseguiu ser mantida e o encerramento do dia se deu com ganhos apenas regulares, com a primeira posição ainda abaixo da resistência de 245,00 centavos. Apesar disso, alguma consistência consegue ser aferida para o café.

O produto conseguiu aferir ganhos em dias em que o cenário macroeconômico se mostrou pressionado, com os temores dos operadores quanto a um possível default dos Estados Unidos e também com o reflexo de números desfavoráveis sobre a economia norte-americana e chinesa. Um operador indicou que os mercados tiveram “uma calma parcial”, após a sinalização de que o calote dos Estados Unidos não se efetivará.

Apesar desse alívio, a economia dá sinais de fraqueza, com taxa de desemprego alta nos Estados Unidos e inflação salgada, o que mantém o sinal de alerta aceso. O risco de rebaixamento do rating AAA dos Estados Unidos não sumiu no horizonte. Os receios afetam o investidor e também o consumidor, que está preferindo poupar a gastar. Os gastos com consumo caíram 0,2% em junho em terras norte-americanas, a maior queda desde setembro de 2009, enquanto a renda pessoal aumentou 0,1%. Fundamentalmente, o mercado não registra novidades.

O Brasil tem um inverno sem, por enquanto, riscos de geadas, ao passo que a colheita avança consistentemente. Já a Colômbia, abalada por chuvas constantes ao longo de muitos meses, observa uma melhora nas condições climáticas em zonas produtoras. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 185 pontos com 243,20 centavos, sendo a máxima em 248,45 e a mínima em 240,65 centavos por libra, com o dezembro registrando oscilação positiva de 180 pontos, com a libra a 247,10 centavos, sendo a máxima em 252,10 e a mínima em 244,50 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou alta de 18 dólares, com 2.120 dólares por tonelada, com o novembro tendo valorização de 19 dólares, com 2.152 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma continuidade das ações corretivas, iniciadas ainda na sexta-feira da última semana. Apesar dos avanços, o mercado ainda demonstra dificuldades consideráveis em romper resistências e, quando um intervalo importante é suplantado, é observada uma considerável dificuldade em manter tais níveis.

Tal fato foi flagrante na sessão desta terça, quando o nível de 245,00 centavos conseguiu, finalmente, ser rompido, o que abriu espaço para stops de compras. No entanto, no patamar de 248,45 centavos, novas vendas e realizações foram observadas, o que limitou os ganhos. “Tivemos um dia interessante, apesar de não termos conseguido nos manter em patamares mais altos de preço.

As commodities, de uma forma geral, estiveram bastante pressionadas durante todo o dia, mas, ao final da sessão, verificamos um ligeiro ganho para o índice CRB. Os grãos subiram de forma generalizada, com destaque para o milho. Já nos softs, os ganhos vieram no segmento de café, algodão e suco de laranja, com o cacau e o açúcar tendo quedas.

As bolsas de valores, no entanto, caíram consideravelmente e o dólar manteve um ligeiro ganho, refletindo a saída dos operadores de câmbio de moedas mais ‘arriscadas’ e preferindo a segurança da divisa norte-americana”, disse um trader. A República de Camarões exportou 1.819 toneladas métricas de café arábica, entre outubro de 2010 e junho deste ano.

Esse montante significa uma retração da ordem de 26,50% em relação à temperada anterior, de acordo com dados divulgados Escritório Interprofissional de Cacau e Café. As remessas internacionais nos primeiros nove meses da temporada anterior chegaram a 2.475 toneladas. Camarões efetuou o embarque de 505 toneladas de café arábica em junho, ante 709 mil toneladas do mesmo mês do ano passado.

A produção de café arábica nesse país africano vem apresentando constante queda nos últimos anos, sendo que muitos produtores deixaram a cultura para investir em produtos como grãos e hortaliças. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 25 sacas indo para 1.531.183 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 25.416 lotes, com as opções tendo 3.141 calls e 2.532 puts.

Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 248,45-248,50, 249,00, 249,50, 249,90-250,00, 250,50, 251,00, 251,50, 252,00, 252,50 e 253,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 240,65, 240,50, 240,10-240,00, 239,70, 239,50, 239,00, 238,50, 238,30, 238,00, 237,50, 237,20, 237,00, 236,50, 236,00, 235,50, 235,10-235,00 e 234,50 centavos por libra.

Fonte:AgnoCafe

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