Café sobe na ICE e mercado fica atento a apoio do governo brasileiro

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, em uma sessão caracterizada pela predominância das compras especulativas, que permitiram fazer com que a posição maio se posicionasse além do nível psicológico de 135,00 centavos e conseguisse, inclusive, testar o patamar de 138,00 centavos. Os compradores, antes bastante reticentes, voltaram a se mostrar mais animados e deram o tom dos negócios.

Tecnicamente, o mercado ainda avalia se a tendência baixista foi interrompida de forma efetiva, mas o que se vislumbra é que as esperadas correções, diante de um quadro nitidamente sobrevendido, conseguiram, ao menos em parte, ser executadas. O objetivo inicia é se buscar o patamar de 140,00 centavos, o que poderia abrir espaço para novos ganhos. No entanto, parte dos operadores continua a trabalhar com a perspectiva de um cenário de “força dos baixistas”, sendo que eles ainda podem retomar suas ações e até mesmo focar novamente as mínimas de 33 meses alcançadas ao longo da última semana na casa de comercialização norte-americana.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 200 pontos, com 137,60 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 138,80 centavos e a mínima de 135,30 centavos, com o julho tendo ganho de 185 pontos, com 140,05 centavos por libra, com a máxima em 141,30 centavos e a mínima em 137,95 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio teve queda de 28 dólares, com 2.090 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 21 dólares, no nível de 2.090 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, os ganhos na bolsa de Nova Iorque derivam, também, da perspectiva de que o governo brasileiro pode lançar um pacote de apoio para os produtores locais. Esse pacote contemplaria a retirada de um volume relativo de café do mercado e poderia dar uma sustentação, ao menos temporária, aos preços, neutralizando, desse modo, o discurso de parte dos players de que a disponibilidade atual de cafés é grande. “Esse tipo de programa de contenção de oferta é relativamente limitado, já que os participantes sabem que o café retido pelo governo vai ser desovado mais cedo ou mais tarde. Isso diante de uma safra brasileira que se avizinha consideravelmente alta, mesmo em um ano de bianualidade baixa”, disse um trader, que lembrou que as altas do dia também foram favorecidas pelo cenário externo, caracterizado por altas nas bolsas de valores e para a maior parte das commodities internacionais.

As exportações brasileiras de café de março, até o último dia 25, somaram 1.465.876 sacas, contra 1.428.492 sacas do mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 230 sacas, indo para 2.741.291 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 25.052 lotes, com as opções tendo 10.018 calls e 4.874 puts — floor mais eletrônico.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 138,80, 139,00, 139,50, 139,80, 139,90-140,00, 140,50, 141,00, 141,40-141,50, 142,00, 142,50, 143,00 e 143,50 com o suporte em 135,30, 135,10-135,00, 134,65, 134,50, 134,00, 133,50, 133,20, 133,00, 132,50, 132,35, 132,05-132,00, 131,50, 131,00, 131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00 e 129,50 centavos por libra.

Fonte: Agnocafe

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