Café sobe em NY com mercado externo positivo e temor com Colômbia
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE futures US encerraram esta quarta-feira com altas, em mais uma sessão caracterizada por um volume relativamente baixo de negócios e com a volatilidade voltando a dar o tem do comportamento dos preços do grão.
Depois de flutuar na manhã no lado negativo da escala, onde falhou em romper a mínima da sessão anterior, o café se estabilizou dava sinais de que permaneceria assim pelo restante do dia.
No entanto, algumas ordens de compra passaram a ser emitidas por especuladores e fundos e uma nova alta foi construída, o que possibilitou que o março, novamente, conseguisse romper os 205,00 centavos de dólar por libra peso.
Na seqüência algumas realizações e vendas especulativas foram verificadas e o fechamento se deu com um altas, mas em um patamar mais abaixo. Operadores ressaltaram que o café demonstrou, mais uma vez consistência, ao conseguir, nas três sessões desta semana, preservar importantes intervalos, mesmo com o rompimento observado na segunda-feira do intervalo psicológico de 200,00 centavos de dólar por libra peso.
Esses operadores sustentaram que o café confirma a perspectiva anteriormente aventada de que, graficamente, o mercado estar fortalecido e essa característica é evidenciada exatamente na preservação de alguns suportes fundamentais e também no fato de o nível de 195,00 centavos não ter sido testado na recente tentativa de baixa do mercado.
No encerramento do dia, o dezembro registrou alta de 235 pontos, com a libra a 203,30 centavos, sendo a máxima em 205,25 e a mínima em 200,00 centavos por libra, com o março tendo oscilação positiva de 235 pontos, com a libra a 203,55 centavos, sendo a máxima em 205,75 e a mínima em 200,05 centavos por libra.
Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 11 dólares, com 1.800 dólares por tonelada, ao passo que o março registrou valorização de 6 dólares, com 1.816 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o mercado repercutiu a notícia veiculada pela Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) de que o país terá uma safra de 10,5 milhões de sacas neste ano, mas que tal número poderá ser pressionado para baixo, por conta dos efeitos das chuvas intensas que atingem essa nação sul-americana.
Alguns membros da Federação já admitem que as chuvas farão com que o país perca cerca de 1 milhão de sacas, o que poderia fazer com que a safra deste ano, que era vista como um momento de recuperação, deverá se situar apenas entre 9 e 9,5 milhões de sacas.
Em 2009, o país registrou a produção de 7,8 milhões de sacas, uma das menores produções da história colombiana.
"A situação da Colômbia é um sopro na questão fundamental, já que estávamos vivenda até agora apenas baseados em aspectos técnicos", disse um operador, que ressaltou que, se confirmada uma nova quebra no maior produtor mundial de suaves, o cenário de oferta escassa deverá ganhar mais corpo, a exemplo do que era verificado há algumas semanas.
"Alguns especuladores tentaram levar o mercado para baixo nesta quarta, mas o cenário externo, ao contrário de outros dias, colaborou.
As bolsas de valores voltaram a subir hoje e o dólar caiu em relação ao euro e outras moedas importantes no cenário cambial. As commodities, em sua maioria, tiveram alta, com o índice CRB encerrou com valorização de mais de 2% e o petróleo também subiu forte.
É um dia de recuperação, após tantas tensões no cenário macroeconômico", disse um trader. As exportações de café do Brasil em novembro, até o dia 30 somaram 2.666.987 sacas, contra 2.476.316 sacas registradas no mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Esse volume, no entanto, não é o consolidado para o mês, sendo que esse número deverá ser divulgado em alguns dias. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.799 sacas, indo para 1.724.649.
O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.828 lotes, com as opções tendo 3.198 calls e 1.769 puts Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 205,75, 206,00, 206,50, 207,00, 207,50, 208,00, 208,50, 209,00 e 209,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 200,05-200,00, 195,50, 199,00, 198,50, 198,30, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50 e 196,10-196,00 centavos por libra.
Fonte: AgnoCafe