Café se reinventa, conquista novo público e mercado cresce
Os norte-americanos estão ficando “viciados” em café cada vez mais cedo, e os jovens adultos estão aumentando o consumo em ritmo acelerado. Com isso, a demanda deverá atingir uma alta histórica, e a tendência entre os mais jovens também está surgindo em outros grandes consumidores.
A geração dos millenials – entre 19 e 34 anos – responde por cerca de 44% do consumo de café nos Estados Unidos, de acordo com a empresa de pesquisa norte-americana Datassential.
E eles bebem, entre outros, o café brasileiro. Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações brasileiras de janeiro a setembro deste ano, com 19% do total, segundo dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). De acordo com a OIC, o país norte-americano foi responsável por 16% do consumo mundial de café em 2015/2016.
Conforme levantamento da Associação Nacional do Café, em Nova York, no período de oito anos até 2016, o consumo diário entre pessoas de 18 a 24 anos aumentou de 34% para 48% nos Estados Unidos.
No mundo, a previsão da OIC é que a demanda deve crescer 1,3% ao ano. De acordo com entidade, o consumo mundial vai alcançar 160 milhões de sacas de 60 quilos até 2020. Em 2015/2016, a produção global foi cerca de 148 milhões de sacas, ante 146,6 milhões na temporada anterior.
O Brasil não fica atrás. Os últimos dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) mostram que o consumo de café por aqui aumentou 3,48% entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016. Para o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, vários são os motivos para o crescimento da segunda bebida mais consumida no país (só perde para a água). “Hoje o consumidor pode escolher o café tradicional, as variedades oferecidas pelas cápsulas, fora a possibilidade de saborear o produto nas opções quente e gelado”, diz.
O executivo ressalta que 98% dos lares brasileiros consomem café, com média de 82 litros por habitante por ano. “Em países como Noruega e Dinamarca, o consumo per capita é maior que o brasileiro, na casa de 230 litros por ano”, observa.
Para Herszkowicz, além dos mercados tradicionais, a demanda vem aumentando nos países onde o chá ainda é a preferência nacional, como nos países asiáticos. “Na China, a demanda é crescente”, diz. (Com agências)
Café em números
600 municípios de Minas Gerais produzem café
8 milhões são os empregos na cadeia produtiva do país
82 litros por habitante é média de consumo anual no Brasil
MINAS GERAIS
Preço pago ao produtor está melhor
O preço do café pago ao produtor mineiro foi melhor neste ano, variando de R$ 510 a R$ 530 por saca de 60 kg. No mesmo período de 2015, o valor oscilou de R$ 480 a R$ 500, calcula o presidente das comissões de Café da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.
Ele conta que a colheita praticamente terminou no Estado. “Ela normalmente vai de maio a outubro”, diz. A previsão é chegar a 29 milhões de sacas, contra 22 milhões de 2015.
Nas exportações, o valor pago pela saca também foi melhor: passou de US$ 156,49 em setembro do ano passado para US$ 164,90 em igual mês de 2016, o que significa uma alta de 5,4% em dólares, conforme dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). “No ano passado, tivemos recorde em volume exportado”, diz o presidente da entidade, Nelson Carvalhaes.