Café recua na ICE ao refletir negativismo de cenário externo

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas, em um dia caracterizado pela predominância de vendas especulativas e de fundos.

As vendas foram mais agudas ao longo do final da manhã e do começo da tarde, sendo que, antes do encerramento do dia, algumas recompras puderam ser observadas, o que diminuiu sensivelmente o impacto das perdas.

Apesar da retração em praticamente toda a sessão, a posição julho conseguiu preservar, até com certa tranqüilidade, o nível psicológico de 260,00 centavos por libra.

O cenário externo, efetivamente, influenciou no comportamento negativo das cotações de café no dia. Com notícias negativas sobre a Europa, com relatórios econômicos desfavoráveis por parte da China, o que se viu foi um novo aumento de pressão sobre as commodities em geral, principalmente com a retomada da força do dólar em relação a uma cesta de importante moedas internacionais. Com isso, o índice CRB, que é um importante referencial, voltou a registrar perdas, de quase 0,90%, o que foi um dado negativo a mais para o café. Fundamentalmente, o mercado tem o foco na questão climática.

O Brasil tem um junho relativamente frio nas regiões cafeeiras do centro-sul, entretanto, até o momento, nenhum alerta sobre ocorrência de geadas foi verificado. As chuvas, por sua vez, também foram observadas, o que pode atrapalhar ligeiramente a colheita. Entretanto, tais fatores não trouxeram problemas maiores e, com isso, o viés climático, por hora, continua apenas no campo das análises, não influenciando diretamente os preços.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 185 pontos com 264,95 centavos, sendo a máxima em 268,80 e a mínima em 261,55 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 150 pontos, com a libra a 268,35 centavos, sendo a máxima em 271,85 e a mínima em 264,65 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 1 dólar, com 2.462 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 2 dólares, com 2.509 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, a abertura da sessão desta sexta-feira chegou a se dar em campo positivo e, inclusive, ampliou os ganhos com algumas compras especulativas.

No entanto, seguindo o sentimento negativo dos mercados, as baixas passaram a ser processadas, com a posição julho chegando a registrar perdas de 525 pontos, sendo que as baixas foram sensivelmente amenizadas na parte final do dia e no after-hours. "Recuamos mais por influência do cenário externo. As commodities, em sua maioria, recuaram, o dólar em alta refletiu negativamente nas cotações e também tivemos mais um dia de baixas para as bolsas de valores", disse um trader. Ele lembrou que o mercado refletiu a crescente desconfiança sobre a economia da Grécia, que pode aumentar as incertezas econômicas de todo bloco europeu e também os dados comerciais mostrando redução no superávit comercial da China.

Apesar de as fortes importações indicarem que a demanda do país segue forte, o mercado preferiu efetuar uma análise acerca da queda nas exportações como sinal de menor demanda global. "Correm bem os trabalhos de colheita da nova safra brasileira. Os grãos estão igualados nas árvores e as primeiras amostras que chegam a nossas mãos apresentam muito boa qualidade. Se no decorrer da colheita for confirmada a boa qualidade dos grãos, deveremos ter um volume menor de quebra no preparo dos lotes para exportação, sobrando menos café para o consumo interno", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu relatório semanal.

As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 9, somaram 400.519 sacas, contra 513.800 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 961 sacas indo para 1.672.890 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 31.761 lotes, com as opções tendo 7.442 calls e 3.382 puts.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 268,80, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 270,75, 271,00, 271,50, 272,00 272,50 e 273,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 261,55-261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,50, 258,00, 257,50 e 257,00 centavos por libra.

Fonte: Agnocafe

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