Café rastreado quadruplica a comercialização

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Os cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro, que engloba as regiões do Triângulo, Noroeste e Alto Paranaíba, produzem um café diferenciado. A Região detém o selo de Indicação Geográfica (IG), nas categorias Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO) – reconhecidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) -, que lhe conferem a qualidade e atesta seu histórico. Desde 2012, os produtores contam com um novo sistema de rastreabilidade da certificação de origem, desenvolvido pelo programa Sebraetec. Trata-se de um programa Web que, entre outros benefícios, garante a exclusividade do grão, protegendo os produtores. “O sistema sustenta a qualidade do café e garante que, lá na gôndola, o consumidor final vai saber sobre a origem e a história da bebida que está adquirindo”, ressalta o analista técnico do Sebrae, Marcos Geraldo Alves da Silva.

A Região do Cerrado Mineiro engloba 55 municípios e aproximadamente 4,5 mil produtores (produção anual de cinco milhões de sacas), organizados em oito cooperativas, oito associações e uma fundação, coordenados pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado e amparados tecnicamente pelo Sebrae Minas. Daqueles milhares de cafeicultores, 10% (cerca de 450) já estão utilizando o Sistema de rastreabilidade, conferido aos produtos IP/DO. Para conquistar essa diferenciação, eles preencheram alguns requisitos, começando pela localização de suas propriedades, que devem estar localizadas em municípios daquela região, e a obrigatoriedade de vinculação a uma de suas cooperativas ou associações.

O produtor deve, ainda, cumprir outros compromissos para assegurar os benefícios IP/DO. Os lotes de café são depositados em cooperativa ou armazém credenciado pela Federação, as lavouras têm que estar a, no mínimo, 800 metros de altitude e produzir apenas café da espécie arábica e as amostras dos grãos a serem analisados devem conseguir pontuação mínima de 80 pontos, de acordo com a metodologia da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA). “Cumpridas essas etapas, o produtor está apto a receber o Selo de Origem e Qualidade da Região do Cerrado Mineiro, que será estampado na sacaria (no chamado processo de “lacração”) e seu café já entra com vantagem no mercado”, informa o superintendente da Federação, Juliano Tarabal.

Os cafeicultores da região trabalham com uma marca exclusiva, valorizada e com origem preservada. Prova disso são os resultados alcançados desde a implantação do Sistema de Rastreabilidade pela Web, há três anos. “A estrutura em que foi construído, com layout moderno e intuitivo, caminhos e rastreabilidade mapeados, possibilitou não só um melhor uso do sistema, como também uma melhor apresentação das informações para os compradores”, ressalta o analista Marcos Geraldo. Em 2011, a quantidade de cafés verdes lacrados ficou em 31,2 mil selos, saltando para 43,6 mil no ano seguinte, 109 mil em 2013 e 133,5 mil em 2014. Ou seja, quatro vezes mais nas últimas quatro safras. Já a lacração do café industrializado, iniciada em 2014, chegou a 90,7 mil selos.

Fonte: G1 e Sebrae Minas

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