“Café perfeito”? Chávena é o segredo

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Uma chávena côncava e a temperatura da máquina entre 88 e 96 graus são os segredos da receita para tirar o “café perfeito”, revelou esta terça-feira o barista Tiago Costa, profissional do setor.

Na apresentação da 4ª. Edição do Campeonato Nacional de Baristas, Tiago Costa afirmou que a chávena é um fator crucial porque o café tem de criar um remoinho para que se crie o creme, que é um importante elemento na hora de avaliar a bebida.

O café atinge a perfeição se tiver o “creme com as cores avelã/avermelhada e, por vezes, tigrada”, provenientes dos óleos contidos nos grãos de café.

Numa demonstração à comunicação social, Tiago Costa referiu que “o creme do café ideal deve ter entre dois e três milímetros de espessura”.

Um café é perfeito se estimular as cinco partes gustativas da língua e, para isso, requer “um sabor redundante”, menciona o especialista.

A origem do café tem uma elevada importância, visto que a zona de cultivo dos grãos faz com que o café tenha diferentes paladares.

“No caso de os grãos serem cultivados junto a uma laranjeira, o café irá absorver certos elementos que lhe vão dar uma propriedade diferente dos restantes”, citou a secretária geral da Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), Cláudia Pimentel.

Os grãos contidos no moinho têm de ser retirados passadas duas horas, porque o café oxida, perdendo as suas qualidades e, depois de moídos, os grãos de café apenas têm uma duração de 30 minutos.

De acordo com o especialista Tiago Costa – que afirma que ser barista é uma “profissão de futuro” – a cafeína não é solúvel e, como tal, os cafés compridos têm mais cafeína do que os cafés curtos “porque a cafeína vai juntamente com a água”.

O café português distingue-se porque o tipo de torra – média e lenta – é diferente dos restantes.

Em Portugal bebem-se ‘blends’ de café, o que significa uma combinação das espécies de café “robusta” e “arábica”.

“A água é um fator muito importante porque influencia o paladar”, revelou Tiago Costa.

A 4.ª edição do Campeonato Nacional de Baristas vai realizar-se entre segunda-feira e terça-feira, sendo o barista vencedor anunciado cerca das 12:45 do segundo dia.

O evento organizado pela AICC e pela Specialty Coffe Association(SCA) vai contar com um total de 12 participantes e cada concorrente vai ter 15 minutos para “preparar com requinte e rigor quatro expressos, quatro cappuccinos (ou outra bebida com leite) e quatro bebidas de autor”, revelou Cláudia Pimentel.

As bebidas de autor são uma mistura de café com outra bebida à escolha dos participantes, sendo que esta segunda bebida não pode conter álcool.

Quatro juízes sensoriais, um juiz técnico – que acompanha a prova de pé ao lado do barista – e um juiz principal vão avaliar as bebidas realizadas pelos concorrentes do concurso.

Esta competição vai realizar-se na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, em Campo de Ourique, e vai ser aberta ao público.

O vencedor do concurso vai representar Portugal no Campeonato Mundial de Baristas em Amesterdão, em junho de 2018.

O mundial deste ano vai ser realizado em Seul – capital e maior metrópole da Coreia Do Sul – no dia 9 de novembro.

A nomenclatura “barista” é igual no mundo inteiro e provém da palavra bar, devido ao facto de os cafés no estrangeiro serem servidos em bares.

Fonte: Diário de Notícias – Lisboa

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