Café orgânico da Bahia é servido no Vaticano

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O Café Orgânico Natura Gourmet, produzido na Bahia, conquistou o paladar do Papa Bento XVI e desde o ano passado vem sendo servido no Vaticano. Exportado há mais de 10 anos para os EUA, Inglaterra, Alemanha e Itália, o produto terá franquias em todo o Brasil.

“Queremos expandir o conceito de oferecer serviço e café de excelência com baixo investimento”, revela o empresário e produtor orgânico Luca Giovanni allegro.

Segundo ele, seu café vem sendo exportado crú (não torrado) para torrefadores em diversos mercados, que costumam importar cafés de diversas origens e fazendas especificas. “Esses cafés são vendidos para clientes exigentes e que degustam cafés de origem. O nosso café, torrado na Inglaterra pela Hasbeancoffee, foi selecionado para o restaurante do famoso chefe Jamie Oliver. Também estamos no site de um dos mais famosos players no mercado de cafés especiais na Califórnia, Estados Unidos, chamado Sweetmarias.com”, informa.

Unidades Móveis

Outro projeto para 2012 é criar unidades móveis de serviço de café expresso em vários locais de Salvador.

“A primeira unidade começará a funcionar no Aeroporto Internacional Luiz Eduardo Magalhães em maio deste ano e outras 10 unidades serão instaladas em outros locais da cidade, até o final do ano”, anuncia o empresário.

Pelo currículo do produtor fica fácil entender por que o Natura Gourmet vem conquistando o mundo. Luca Allegro é juiz sensorial dos campeonatos de Baristas (profissionais especialistas em cafés de alta qualidade), com certificado pela Associação Brasileira de Café e Baristas. Além disso, é provador, com certificado do Centro de Preparação de Cafés de Sindicafé de São Paulo. Se não bastasse tudo isso, é ainda exportador de cafés especiais e produtor registrado na Associação de Cafés Especiais dos Estados Unidos.

Luca Allegro conta que começou a produzir o café orgânico Natura Gourmet pelo desejo de oferecer ao mercado baiano o mesmo café consumido nos mercados de cafés especiais da Europa e Estados Unidos. “Dos lotes de café que são exportados, passamos desde2010 areservar uma parte para distribuir aqui na Bahia. Torramos em equipamento de torra para cafés gourmet na própria fazenda”, explica.

“O café que torramos é proveniente apenas de duas fazendas vizinhas, Fazenda Aranquan e Fazenda Floresta, localizadas a1100 metrosde altitude, nas montanhas de Ibicoara, chapada diamantina. O lugar reúne elementos ideais para o cultivo de café de qualidade: micro clima, solo, altitude, etc”.

Segundo o produtor, todo o café produzido é biodinâmico – uma modalidade de agricultura orgânica onde, alem das práticas já conhecidas de ausência de insumos químicos como adubos sintéticos ou pesticidas, são utilizados elementos que estimulam parte energética da planta como na homeopatia.

“Nessa modalidade a propriedade é vista como um organismo agrícola, em que cada elemento é como um órgão vital e tem de estar saudável e em harmonia com os outros, ou seja:toda a fauna , toda a flora, o seres humanos em sintonia, e levando em conta aspectos do cosmos, como fases lunares e estações na condução da lavoura. O café é cultivado sombreado, em sistema agro-florestal”, relata.

Além da qualidade ambiental e busca da sustentabilidade, outro pilar da produção é a qualidade sensorial. “Apostamos no mercado e tudo está dando certo. Com o conhecimento que tínhamos do mercado que existe hoje na Europa e Estados Unidos para o café gourmet, vimos que a bebida há muito já segue a tendência do vinho, por exemplo. Ou seja, ser valorizada pelo esmero na produção, e ter características de sabor, doçura acidez, retro-gosto. Nosso produto é valorizado em função da variedade da planta, do tipo de preparo pos-colheita e de origens”.

Ainda segundo o produtor, esse diferencial sensorial, bem como o aspecto ambiental, começa a ser cada vez mais valorizado no mercado baiano. “As pessoas querem produtos gourmet, de qualidade, que de preferência tragam uma garantia de que não vão fazer mal à saúde de ninguém nem do planeta”.

Para o produtor, é preciso que todos os empresários aprendam a reconhecer a importância de suas empresas terem suas imagens associadas a produtos e projetos de qualidade e sustentáveis.

“Existia a crença de que não havia um mercado para degustar o café, ou pelo menos um publico suficientemente numeroso para sentir a diferença de nuances de sabor, estando dispostos a pagar um pouco mais por isso. Na nossa experiência, vemos que na verdade o publico baiano está cada vez mais sofisticado e exigente em termos de qualidade de café”.

Luca anuncia ainda que, em maio deste ano, será criado um espaço para treinamento e degustação de cafés especiais na sede de sua empresa na Avenida Princesa Isabel, na Barra Avenida. Atualmente, o café orgânico Gourmet pode ser encontrado na rede Perini, nas gôndolas e nas lanchonetes, na Casa de Noca, na Ceasinha, nas cafeterias Espresso Expressão, no shopping Itaigara, e cafeteria Maricota, no Shopping Salvador, bem como no restaurante Diliana, em Ondina.

O café já vem sendo vendido em Curitiba, São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro e Manaus, com distribuição a partir da Bahia.

“Temos planos de expansão com estoque próprio, distribuição e serviços para a região sudeste – inicialmente Grande São Paulo”, informa o empresário, acrescentando que sua empresa vai participar da Bio Brazil Fair, a maior feira de produtos orgânicos do Brasil, que acontecerá de24 a29 de maio de 2012 , na bienal do parque Ibirapuera em São Paulo. Alem de expor o produto durante quatro dias na feira, serão realizadas entrevistas com profissionais especializados e empresas de distribuição interessadas no café orgânico.

Entre os desafios a serem enfrentados, Luca destaca que está empenhado em organizar a expansão de seu produto nesses novos mercados, apostando na qualidade.

“Temos acordo para começar a exportar o café já torrado aqui na Bahia, para a Italia, projeto que deve iniciar-se na segunda metade de2012”.

A área plantada na Chapada Diamantina será aumentada em cerca de 100% nos próximos três anos para acompanhar a demanda. “Vamos duplicar a produção. Crescer com qualidade ambiental demanda mais investimento e mais tempo, pois temos que respeitar os processos naturais e manter a qualidade do sistema agrícola”. A empresa Café Natura Gourmet temcerca de 15 funcionarios empregados na operação do café torrado, mas com a nova atividade terá cerca de 50 funcionários adicionais. “Faremos um investimento de cerca R$350.000 em2013”.

Fonte: Bahia Mercantil

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