Café na ICE encontra zona vendedora e volta a registrar perdas

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma terça-feira de novas queda, com as ações de venda especulativas e de fundos voltando a prevalecer.

O dia foi marcado por uma boa volatilidade e por um bom volume de contratos negociados. Após conseguir ter rompido o intervalo psicológico de 250,00 centavos por libra peso na última semana, o mercado demonstrava uma tendência a procurar novos níveis de ganho.

No entanto, desde sexta-feira se verificou uma "barreira" vendedora próximo desse patamar, o que vem impedindo que acionamentos automáticos de compra possam ser efetuados e, conseqüentemente, o mercado possa buscar testar novos níveis de alta, acima da marca de 13 anos e meio. O mercado observa um aumento das rolagens de posição, principalmente no intervalo março/maio, o que também tem dificultado uma movimentação positiva mais incisiva.

No entanto, o mercado ainda demonstra uma boa consistência. Desde setembro as cotações vêm acumulando uma considerável "gordura", sendo que parte dela naturalmente será queimada no curto ou médio prazo, principalmente com a pressão das realizações e também com o temor dos players mais conservadores. Entretanto, muitos participantes continuam apostando no viés bullish (altista), acreditando que os preços ainda têm potencial para testar intervalos ainda mais sólidos. Isso se deve à verificação do cenário fundamental, caracterizado por pouco café disponível, oferta tímida e uma demanda em constante crescimento.

Tais fatores dão ânimo aos compradores especulativos que ainda trabalham com níveis de preço mais forte, mesmo com a pressão esporádica de algumas realizações, como observado nos últimos dias. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve perda de 215 pontos com 247,60 centavos, sendo a máxima em 251,10 e a mínima em 246,70 centavos por libra, com o maio tendo oscilação negativa de 210 pontos, com a libra a 249,60 centavos, sendo a máxima em 253,00 e a mínima em 248,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março registrou queda de 20 dólares, com 2.195 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 18 dólares, com 2.225 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a terça-feira foi caracterizada por pressões vendedoras na parte inicial e na parte final do dia, sendo que na metade da sessão o mercado se acalmou e até ligeiros ganhos chegaram a ser registrados, sem, contudo, conseguir ter continuidade, já que na zona de 250,00 centavos por libra os vendedores se mostraram muito mais ativos. "Não podemos ter continuidade dessa pressão de baixas. Caso o mercado comece a se posicionar abaixo de algumas médias móveis tenderemos, naturalmente, a ter vendas mais agressivas, possivelmente com o alvo no patamar de 230,00 centavos por libra.

Seria interessante que rompêssemos essa resistência atual e tivéssemos novos stops, o que poderia estimular novas aquisições", disse um trader. "Encontramos uma resistência forte e isso deixa o mercado um tanto debilitado.

Mas, por outro lado, não estamos verificando uma pressão mais forte para baixo, o que é um indício de que o mercado continua consistente", disse um broker, que destacou que o cenário externo não afetou diretamente o café no dia, com o índice CRB oscilando pouco e com o dólar tendo ligeira retração em relação a uma cesta de moedas internacionais.

A produção mundial de café em 2010/2011 deverá totalizar 134,8 milhões de sacas, 9,5% a mais que no ano anterior, informou a Organização Internacional de Café. Esse número é 200 mil sacas maior que a previsão passada. Segundo o levantamento, a produção de arábica deve atingir 84 milhões de sacas.

Já o consumo mundial em 2010 deverá passar dos 131 milhões de sacas. "O clima desfavorável em várias regiões produtoras continua a ajudar a aumentar a incerteza sobre a disponibilidade de algumas origens e contribui para a continuação de um cenário de preços firmes", indicou a entidade. As exportações de café do Brasil em fevereiro, até o dia 7, somaram 148.743 sacas, contra 179.693 sacas registradas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 683 sacas indo para 1.612.806 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 37.860 lotes, com as opções tendo 4.855 calls e 3.343 puts Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 251,10, 251,50, 252,00, 252,50, 253,00, 253,50, 254,00, 254,50 e 254,90-255,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 246,70, 246,50, 246,00, 245,50, 245,10-245,00, 244,50, 244,30, 244,00, 243,50 e 243,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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