Café mantém queda e produtor já reduz investimentos para safra nova

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Os preços do café tiveram mais uma semana de queda no mercado internacional. Na bolsa de Nova York (Ice Futures), a cotação do arábica para dezembro, o vencimento mais curto caiu 120 pontos, fechando em US$ 1,09 por libra-peso. Os demais contratos ainda ficaram acima de US$ 1,10.

“A Bolsa de NY continua influenciada pelas expectativas de maiores volumes produzidos na Colômbia e no Brasil. A tendência dos compradores internacionais trabalharem com estoques baixos também pressiona os preços do arábica”, avaliou o Conselho Nacional do Café, no seu boletim semanal.

O corretor Eduardo Carvalhaes, de Santos (SP), lembrou também que foi uma semana de valorização do dólar perante o real, o que ajudou a pressionar as cotações. No entanto, ele questiona a divulgação de números a respeito da produção em importantes países.

“Não passa um dia sem que algum interessado jogue números no mercado (não se sabe como foram levantados) puxando para cima a produção de café. Em questão de meses a preocupação com a produção mundial desapareceu e todos os principais países produtores se transformaram em “máquinas” perfeitas de produção”, disse ele, em boletim semanal de mercado.

Carvalhaes questiona também avaliações sobre a safra brasileira, principalmente sobre a diminuição de diferença de volume produzido em anos de ciclo baixo e alto.

“Sobrou muito café da última safra e a atual, de ciclo baixo, não foi muito menor porque a pesquisa e os tratos culturais estão diminuindo a distância entre os volumes produzidos nos anos de ciclo alto e de ciclo baixo. Já para a do próximo ano, de ciclo alto, os mesmos analistas falam em números altíssimos, não valendo a teoria.”

No mercado brasileiro, o café arábica acumula desvalorização de quase 5% no mês de outubro, pelo indicador Cepea/Esalq. Na sexta-feira (25/10), a saca chegou a R$ 249,08, o que, de acordo com a instituição, está limitando os investimentos dos produtores para a próxima safra.

“A abertura de floradas já foi observada em praticamente todos os cafezais da variedade nas principais regiões do País e, neste momento, seria necessária a intensificação dos cuidados no campo para um bom desenvolvimento das lavouras. No entanto, agentes do setor indicam que há uma considerável redução nos tratos culturais – como adubação – frente às últimas temporadas”, informou o Cepea durante a semana.

Fonte: Globo Rural Online

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