Café espera compromisso efetivo do novo presidente e governadores

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A Frente Parlamentar do Café, formada por 314 deputados federais e senadores de diversos partidos, através de seu presidente, Carlos Melles (DEM), apontou nesta semana possíveis soluções para uma política pública efetiva para a cafeicultura. Em um resumo, Melles apontou quatro pilares para a política cafeeira, que o setor espera que o próximo Presidente da República e governos estaduais, eleitos no pleito deste ano, possam se comprometer para que haja soluções mais concretas para os produtores de café.

“O governo de qualquer país que tem o status de ser o maior produtor de café e logo será o maior consumidor, buscaria manter a renda de seus produtores, para que pudessem manter a eficiência na lavoura e ter uma boa produtividade. O governo que entender que a cafeicultura gera emprego, estabiliza o campo, que o produto vale a pena para o país, pois é de alto consumo e de alto valor para exportação, tem que subsidiar a atividade”, explicou Melles.

“A primeira ação é fixar um preço mínimo de garantia, que cubra o custo de produção. É preciso fixar um preço mínimo, comparando-se com outros países, para não estimular que eles produzam mais, não sendo mais competitivos que outros”, disse o presidente da Frente Parlamentar.

O segundo pilar, na visão de Carlos Melles, é criar uma política de custeio, que determine recursos suficientes para cobrir de 25% a 30% do custo por hectare, calculados hoje entre R$ 7 e R$ 8 mil.A terceira ação sugerida pela Frente Parlamentar, embora ainda não oficialmente, é a criação de uma política de comercialização, que contemple toda a cadeia do agronegócio café. “Essa política tem que considerar o torrador, o exportador, o solúvel e a produção, promovendo estoque para todos, que permita que todos ganhem, caso o preço suba”, disse Melles.

Por fim, Carlos Melles aponta a necessidade da implantação de uma política de seguro de renda. “A diferença entre custo de produção e o valor de venda tem que ser presumível e o governo tem que completar para aqueles que estiverem na média ou acima da média em produtividade”, esclareceu.

Melles disse que estas seriam formas de prover a cafeicultura e dar início à reversão do quadro que se encontra hoje de endividamento do produtor e descapitalização do setor. “Essas seriam maneiras de o governo brasileiro recuperar e manter a renda do produtor”, relacionou.

Para ele, as vantagens da cafeicultura com outras atividades agrícolas são muitas, por isso a atenção dos próximos governantes com o setor deve ser especial. “É a única atividade que emprega, no mínimo por 50 dias/homens por hectare, ao máximo de 120 dias/homens por hectare. Não há nenhuma cultura no Brasil que empregue tanto quanto o café. Também não há nenhuma outra cadeia tão complementar quanto a do café e hoje o número de pessoas que dependem dessa cadeia para sobreviver é enorme”, disse.

A Frente Parlamentar do Café, em parceria com as entidades representativas do café, deve elaborar com detalhes e levar uma pauta de reivindicação oficial para os próximos governantes, para que haja uma perspectiva de futuro para a atividade cafeeira, que seria o governo adotar políticas normativa, reguladora e fiscalizadora. “A responsabilidade do governo do país que é o maior produtor é o de ser o aquele que adota as melhores políticas, melhorando a atividade cafeeira em todo o mundo”, alertou Carlos Melles.

Fonte: Coffee Break

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