Café em NY mantém parâmetros, mas tem espaço para altas

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com perdas que, no entanto, foram modestas, não colocando em risco nenhum grande suporte construído recentemente.

O dia foi caracterizado por negócios esparsos e por vários operadores de lado, numa típica sessão de segunda quinzena de dezembro, quando vários players passam a executar balanços das operações do ano e alguns "acertos de contas" nos cadernos, com olhos voltados para o próximo exercício.

Com esse cenário e a falta de maiores novidades no campo fundamental, os negócios se mostram morosos e até os intervalos das cotações se tornam menos flexíveis, mesmo com o cenário recente, quando ganhos e perdas mais fortes chegaram a ser reportados quase que diariamente.

Tecnicamente, o mercado continua demonstrando uma boa solidez e flutua num nível não muito distante dos preços observados nos primeiros dias de novembro, quando as cotações conseguiram atingir seus melhores patamares de preço em mais de 13 anos. As origens, como era de se esperar, estão bastante reticentes.

O Brasil vem sendo um bom vendedor e mantendo uma média interessante de embarque.

Entretanto, como verificado em praticamente todo o ano, as origens não executaram vendas das mais incisivas ao longo de toda a temporada. Isso somado à oferta curta de importantes produtores também contribuiu para o quadro de aperto, o que conduziu a preços bastante consistentes.

Vários operadores continuam a vislumbrar um cenário como esse para 2011, já que a nova safra dos centro-americanos e colombianos foi assimilada e, inclusive, já chega às mesas vendedoras internacionais, ao passo que se espera uma retração considerável da safra brasileira, devido à bianualidade, ao passo que o país continua aumentando a sua demanda por café, devendo, inclusive, nos próximos anos, se tornar o maior consumidor mundial.

No encerramento do dia, o março em Nova Iorque registrou retração de 95 pontos, com a libra a 216,55 centavos, sendo a máxima em 218,55 e a mínima em 214,00 centavos por libra, com o maio tendo oscilação negativa de 80 pontos, com a libra a 218,00 centavos, sendo a máxima em 219,75 e a mínima em 215,60 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 14 dólares, com 1.936 dólares por tonelada, ao passo que o março registrou valorização de 12 dólares, com 1.947 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela tranqüilidade na bolsa nova-iorquina.

Após falhar na tentativa de romper sua primeira resistência na sessão de quarta-feira, o março nem sequer buscou testar esse nível. Entretanto, as quedas não foram das mais incisivas, deixando o mercado num patamar próximo das médias construídas a partir da terça-feira. "Estamos no clima de final de ano. Tradicionalmente o mercado começa a desacelerar nessa época.

Neste ano, devido à situação de oferta e também com alguns fatores gráficos esse clima demorou um pouco a chegar, mas, pouco a pouco, estamos vendo uma diminuição dos negócios", disse um trader.

Os contratos de café arábica em 2010 tiveram uma valorização de quase 60% e poderão subir outros 11% até o final do ano. A avaliação é do analista técnico sênior e broker Paul Kavanaugh, da PFGBest.

A commodity vem conseguindo, desde o último dia 9, fechar acima da média móvel de 28 dias, sendo que isso é um sinal de "que ela está se posicionando em um viés de alta", disse, que usa técnicas de análise baseadas na mobilidade das médias, como previsto, por exemplo, para o salto das cotações do açúcar em julho.

O especialista destaca que, caso o café consiga romper os 221,45 centavos de dólar, que é o maior nível de preços em 13 anos, alcançado em 10 de novembro, isso seria um sinal para se buscar os 242,00 centavos. As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 15, somaram 1.229.937 sacas, contra 937.287 sacas registradas no mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.962 sacas, indo para 1.719.929 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 11.553 lotes, com as opções tendo 3.124 calls e 3.135 puts. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 218,55, 219,00, 219,50 219,90-220,00, 220,50-220,55, 221,00 e 221,45-221,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 214,50, 214,00, 213,50, 213,00, 212,50, 212,10-212,00 e 211,50 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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