Café em Nova Iorque rompe barreira dos dois dólares por libra-peso

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Dia 21, as cotações do café na ICE Futures US, em Nova Iorque, romperam a barreira dos dois dólares por libra-peso. Alguns operadores se apressaram em lembrar que a última vez que este fato aconteceu foi há treze anos. Em nossa opinião esta constatação serve apenas como registro histórico, pois foram enormes as modificações na economia brasileira e mundial nesse período. No plano do mercado físico de café, as condições também eram outras.

Para se ter uma idéia, nosso consumo interno estava em 12 milhões de sacas e nossas exportações giravam ao redor de 17,5 a 18 milhões de sacas. Hoje consumimos 19 milhões e exportamos entre 30 e 32 milhões de sacas. Nossa produção também se expandiu significativamente e a fatia do café brasileiro no consumo mundial aumentou. Com o aquecimento da demanda, pela primeira vez nossos estoques praticamente zeraram e mesmo assim o café perdeu participação na pauta das exportações agrícolas brasileiras.

A alta no mercado futuro trouxe mais movimentação no físico para os cafés arábicas de boa qualidade e para os finos, mas os preços praticamente não reagiram. Até o momento, os demais arábicas e o conilon não foram beneficiados pela alta desta semana na ICE.

A colheita na América Central e Colômbia, nossos concorrentes no mercado de cafés de qualidade, continua sendo prejudicada por problemas climáticos. No Vietnã e na Indonésia, grandes produtores de robusta, fortes chuvas e inundações prejudicam e atrasam a colheita da nova safra.

Os estoques de café certificado na ICE em Nova Iorque continuam em queda e não é provável que o quadro mude em curto prazo, pois está se aproximando o período de inverno no hemisfério norte e a demanda destes cafés no mercado físico mundial crescerá. Os estoques caem e o número de contratos em aberto aumentou ainda mais esta semana. Este quadro aponta para fortes oscilações nos próximos trinta dias.

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.249.626 em 30 de setembro de 2010. Uma baixa de 44.721 sacas em relação as 4.294.347 sacas existentes em 31 de agosto de 2010.

Até o dia 21, os embarques de outubro estavam em 1.570.341 sacas de arábica e 64.482 sacas de conillon, somando 1.634.823 sacas de café verde, mais 116.694 sacas de solúvel, contra 1.337.355 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 21, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 2.352.492 sacas, contra 1.906.448 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 22, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 1245 pontos ou US$ 16.46 (R$ 28,08) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 15, a R$ 410,29/saca e dia 22, a R$ 448,48/saca. Sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 215 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

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