Café em cápsulas ganha mercado em Minas

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A praticidade de preparo e a qualidade diferenciada do café em cápsulas vêm impulsionando o consumo do produto. Entre 2014 e 2019 a expectativa é triplicar o faturamento do setor no País, segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). O maior interesse pelas cápsulas e o reconhecimento por parte dos consumidores em relação aos cafés especiais são incentivos para que os cafeicultores invistam na qualidade final do grão, que tem preços mais elevados no mercado.
 
O faturamento estimado para o setor ficou em R$ 1,4 bilhão em 2015, ante R$ 1 bilhão em 2014, alta de 40%. A expectativa é alcançar, em 2019, R$ 2,96 bilhões. O levantamento mostrou também que o consumo atual de café em cápsulas no País é crescente. Em 2014 foram 6 mil toneladas e em 2015 cerca de 8 mil toneladas, alta de 33,3%. Para 2019, a projeção é de um consumo de 16 mil toneladas.
 
De acordo com o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, as expectativas são positivas para os próximos anos e a tendência é que cada vez mais pessoas tenham acesso às máquinas de monodoses. O aumento da oferta de máquinas a preços mais acessíveis será o principal impulsionador do consumo de café em c&aaacute;psulas.
 
Um dos fatores que tornou os preços mais competitivos foi a queda da patente da Nespresso. Porém, a aposta é que o grande crescimento dará através de máquinas mais acessíveis como Dolce Gusto e Três Corações, que podem ser encontradas nos principais varejistas.
 
 “As mudanças no hábito de consumo de café estão acontecendo rapidamente. As pessoas estão adotando novas formas e a que vem apresentando maior crescimento são as cápsulas, presentes no Brasil há oito anos e no mundo há mais de 20 anos. O crescimento se deve a um conjunto de fatores como a oferta de um café diferenciado, de inovação e praticidade, por exemplo. A forma de extração, feita em alta pressão, exige café de melhor qualidade, e o consumidor vem valorizando isso”, avalia Nathan.
 
Demanda – A maior demanda pelos cafés especiais e, principalmente, pelas cápsulas, é vista como fundamental para estimular a produção de cafés de alta qualidade e a manutenção de parte do volume no mercado interno. O processamento do produtos pelas indústrias Dolce Gusto, da Nestlé, e da Café Três Corações, instaladas em Minas Gerais, também estimulará a demanda pela bebida diferenciada.
 
Segundo Nathan, o consumo crescente de cafés em cápsulas é importante para o Brasil e para Minas Gerais, maior Estado produtor do grão, não só por oferecer uma melhor qualidade para atender o consumidor, mas por significar agregação de valor em toda a cadeia, inclusive para o cafeicultor. Como a exigência é de cafés de melhor qualidade, os produtores que se adaptarem terão mercado garantido.
 
“A demanda por cafés especiais já existe e a instalação de grandes grupos industriais, que são compradores significativos, fará com que seja ainda maior. Isso agrega valor à indústria porque a cápsula tem valor mais alto, marketing e logísticas diferenciados. Também agrega valor para o varejo, já que é crescente o número de casas especializadas em café e de supermercados que comercializam grãos diferenciados a preços mais elevados que os comuns”, explica Nathan.
 
Ao longo de 2015, o consumo total de café no País ficou em 20,5 milhões de sacas, variação positiva de apenas 0,86%, frente a 2014. A expectativa da Abic é alcançar 21 milhões de sacas em 2016, o crescimento moderado se deve aos efeitos da crise econômica brasileira.
 
Com a alta registrada em 2015, o consumo per capita de café alcançou 4,9 quilos por habitante ao ano do tipo torrado e moído, o que equivale a 6,12 quilos de café verde em grão ou 81 litros por habitante ao ano.

Fonte: Diário do Comércio (Michelle Valverde)

 

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