Café: diferença do preço entre arábica e robusta deve acabar

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A atual divergência de preços entre os mercados de café arábica e robusta deve ser revertida e não se sustentará na próxima temporada, afirmou o Rabobank em relatório nesta quinta-feira (31/5), citando a grande quantidade de posições especulativas transitórias em ambos mercados e mudanças no lado da oferta.

O mercado de café arábica despencou 27% desde o início de 2012, enquanto o mercado de robusta ganhou 25%, pois a demanda pelo robusta, que é mais barato, aumentou durante a desaceleração econômica, disse o banco. "A demanda pelo grão robusta tem tido suporte de torrefadoras que promovem blends mais baratos, e a situação macroeconômica está estimulando a economia por parte do consumidor", afirmou o Rabobank.

Além disso, a demanda maior pelo café robusta ocorreu no momento de aumento da produção de café arábica nas últimas duas safras por causa dos níveis de preço atraentes. Mas, para 2013/14, o banco espera que a tendência de preços entre os dois tipos de café se reverta, pois o Brasil vai entrar num ano de ciclo baixo de produção, reduzindo a oferta mundial do grão arábica.

No entanto, o início da colheita do maior produtor de robusta, o Vietnã, deve pressionar os preços na origem apesar de os agricultores estarem atrasando as vendas para assegurar preços maiores, disse o banco.

De acordo com as projeções da instituição, os futuros do café arábica devem ficar por volta de 165 cents por libra/peso no terceiro trimestre de 2012, 170 cents por libra/peso no quarto trimestre e 175 cents por libra/peso no primeiro trimestre de 2013.

No entanto, os futuros do café robusta devem ficar por volta de US$ 2.150 toneladas no terceiro trimestre e 2012, US$ 1.950 toneladas no quarto trimestre e US$ 1.900 toneladas no primeiro trimestre de 2013.

Segundo o banco, os movimentos especulativos, com base em expectativas de uma oferta maior de café arábica e um mercado apertado de robusta, foram responsáveis, em parte, pela oscilação dos preços no mercado de café neste ano.

No lado do consumo, "apesar da estimativa de safras recordes de café arábica e robusta em 2012/13, acreditamos que os fortes padrões de consumo continuem a dar suporte aos preços, pois as empresas compram para estocar e assegurar o fornecimento, pois assumem que 2013/14 será uma safra com déficit de produção", acrescentou.

O banco prevê que o consumo global de café cresça 2% no ano-safra 2012/13, abaixo dos 2,5% da temporada anterior. A desaceleração no mundo desenvolvido está sendo compensada pelo crescimento dos mercados emergentes.

"A incerteza macroeconômica continua causando o maior impacto no mercado de café, influenciando as moedas e a demanda futura. Se a crise do euro resultar na saída de um dos países da moeda única, a possível derrocada econômica vai prejudicar a demanda por café e pressionar os preços", alertou.

Fonte: Agência Estado

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