Café de Minas inspira criação da Nespresso para o mundo

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Sim, a Nespresso continua acreditando no Brasil e investindo – vai triplicar a butique de Campinas (SP), e abrir outra unidade no país neste ano – sempre pensando em longo prazo. É o que garante o presidente da marca do Grupo Nestlé no Brasil, o sueco Stefan Nilsson. “Mesmo em crise, o brasileiro precisa de um bom café para sobreviver e para aguentar”, brincou Nilsson, que participou do Fórum de Comandatuba, do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na Bahia. O executivo contou que sentiu um pouco os reflexos da situação econômica atual, mas não houve queda no negócio.

Assim, a Nespresso, que tem em Belo Horizonte uma das mais de 400 butiques espalhadas pelo mundo, fez o lançamento nacional por aqui da cápsula Espresso Origin Brazil composta por cafés produzidos em Minas Gerais, nas fazendas das regiões do Sul do Estado e Cerrado mineiro.

Nascido em Minas, em Abre Campo, o gerente de B2B da Nespresso, Renato Chaves, explicou que uma das características principais da marca é criar experimentações diferentes, procurando regiões produtoras de grãos específicos para que se possa criar um café especial. “Já fizemos isso com cafés da Etiópia, Índia e Colômbia. Agora, temos um 100% de origem do Brasil da linha profissional (vendido a restaurantes e empresas com CNPJ)”, explicou. 

Produtores Maria Magalhães, Afrânio Paiva, Vitor Gabira, da Nespresso, e a produtora Mariana Veloso

O Espresso Origin Brazil também irá para os 62 países onde a Nespresso tem presença. Esse novo blend não estará à venda nas butiques – as lojas da marca onde o consumidor pode comprar as cápsulas de café. “É uma solução profissional, para restaurantes, altos volumes, com a máquina que é diferente”, informou Chaves. A empresa não divulga volumes de produção.

“A demanda do mercado nacional era para a criação de um café brasileiro”, justificou Chaves, sobre o lançamento do Origin Brazil. Com ele, a Nespresso passa a ter dez blends na linha comercial, e, na linha home, para o consumidor, são 23 grand crus permanentes, além das edições limitadas.

Orgulho. No lançamento do novo blend, a produtora Maria Selma Magalhães mostrava, orgulhosa, a florada de seus pés de café na fazenda Recanto Machado, no Sul de Minas. “Ninguém sabe o dia que ela vai acontecer. Essa foto foi feita em setembro, e são só três dias”. Desde 2006, Maria Selma fornece café para a Nespresso. “São de dois a três contêineres por ano de café arábica bourbon amarelo, o top do top”.

Floresta nativa

Com a manutenção de 38% da propriedade em floresta nativa e com resquício de Mata Atlântica, o casal Maria Selma Magalhães e Afrânio Paiva mora na Recanto Machado, em Machado, há 29 anos. A fazenda está com a família de Maria Selma desde 1896. “Meu avô Lázaro ganhou o primeiro prêmio mundial de café para o Brasil”. Hoje, são 170 hectares de produção com 6.000 a 7.000 sacas por ano e até 50% da colheita mecanizada. 

Diretor da Nespresso no Brasil, Stefan Nilsson, acredita no país

Carmo do Paranaíba

A produtora Mariana Veloso é outra fornecedora da Nespresso em Minas Gerais. A fazenda dela fica na região do Cerrado mineiro, em Carmo do Paranaíba. “Quando eu nasci, meu pai comprou a primeira fazenda de café na região”, disse. Mariana conta que na década de 70 os japoneses receberam apoio do governo para plantar café no Cerrado levando para lá muita tecnologia. “Quem planta café tem que amar muito a atividade”.

Grandes números

170 hectares com pés de café possui a fazenda Recanto Machado, no Sul do Estado

30 funcionários tem a fazenda Recanto Machado que chega a cem pessoas na colheita

2 a três contêineres por ano são vendidos pela fazenda Recanto Machado à Nespresso

Fonte: O Tempo (Helenice Laguardia)

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