Café: comitiva colombiana visita o Brasil em busca de conhecimento técnico
O líder do Departamento de Extensão Rural da Colômbia, Carlos Mário Cardena, afirma que mais de 95% das famílias que vivem do café no país têm menos de cinco hectares de área cultivada. Tecnologia e informação são fundamentais para aumentar a renda e os benefícios sociais dessas pessoas.
Em busca de conhecimento, 24 técnicos da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia visitaram fazendas e instituições brasileiras ligadas ao setor durante uma semana. O gerente técnico da entidade, Hernando Duque Orrego, explica que é muito importante entender a maneira com que os produtores brasileiros tomam decisões, usam tecnologias e direcionam os esforços técnicos. Orrego destaca que “não é possível copiar as técnicas, mas sim os conceitos”.
Diferente do que acontece no Brasil, a colheita colombiana é feita duas vezes ao ano. A primeira acontece em julho, e corresponde a 45% da safra. A segunda etapa é realizada em dezembro. A divisão permite que o país entregue café fresco ao mercado durante o ano inteiro.
Orrego explica que na Colômbia a colheita é totalmente manual e seletiva: são retirados apenas os grãos maduros, de cor vermelha. A secagem é feita em terreiros e a fermentação ocorre de forma natural. Segundo ele, essas características são fundamentais para a qualidade final do produto.
Um ponto que chamou a atenção da comitiva foi a uniformidade da florada dos cafezais brasileiros. De acordo com os técnicos, algumas regiões de seu país chegam a ter 22 por ano. “Na zona central cafeeira colombiana, temos uma enorme distribuição da colheita. É comum encontrar fazendas nessa região que passam até 48 semanas do ano colhendo”, esclarece Orrego.
Ao fim da visita, a comitiva assistiu uma palestra com os técnicos da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) sobre perspectivas para safra 2017/2018. Eles também debateram a possibilidade de estratégias de políticas comuns que beneficie os dois países.
“No mercado de café, os grandes consumidores possuem políticas comuns, que os beneficiam. Então, o que impede que nós produtores tenhamos, no futuro, políticas que nos ajudem?”, levanta a questão o presidente da cooperativa, Carlos Paulino.
Fonte: Canal Rural