CAFÉ: Chuvas podem prejudicar qualidade dos grãos no Cerrado Mineiro

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A colheita de café arábica da safra 2019/20 no cerrado mineiro deve iniciar na primeira quinzena de maio, normalmente para o período. O clima de maneira geral está sendo favorável ultimamente, mas as chuvas persistentes podem prejudicar a qualidade dos grãos. A avaliação é do presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis.

Para Francisco Sérgio de Assis, com as chuvas agora atingindo as árvores, o café cai no chão e naturalmente pode afetar a qualidade da safra se isso se mantiver.

Ele acredita que o número da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) para a produção de café do cerrado está muito coerente. A Conab aponta a produção de 2019 no cerrado em 4,8 a 5,0 milhões de sacas de 60 quilos, com queda de 29,2% a 32,5% contra a safra de 2018, indicada em 7,138 milhões de sacas.

O dirigente indica que tem informações, entretanto, de rentabilidade abaixo da expectativa nas lavouras do sul da Bahia e do Espírito Santo, com excesso de broca afetando os grãos, com altas temperaturas e seca tendo atingido certas regiões.

Em muitas regiões produtoras, janeiro teve temperaturas muito altas. E quando há muitas chuvas ocorre muita incidência de ferrugem, o que pode afetar a produção futura. Sem falar que os baixos preços reduzem os investimento nas lavouras e isso pode prejudicar a produtividade em safras adiante.

Mercado fora da realidade

Francisco Sérgio indica que o mercado está fora da realidade, com os preços baixos demais. “Não há todo esse estoque de café”, avalia. Ele indica que essas quedas na Bolsa de Nova York são mais em função da especulação dos fundos, que estão lucrando com a volatilidade com uma margem de 12% a 15% ao ano.

O governo brasileiro deve liberar R$ 5,07 bilhões de recursos do Funcafé, conforme aprovado pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), do qual Francisco Sérgio é representante, o que deve contribuir para regular o fluxo de oferta no mercado. Ele destaca que os recursos para a estocagem e para as indústrias (FAC) somam cerca de R$ 3,3 bilhões. “Acreditamos que isso possa ajudar a dosar a oferta”, comenta. Ele destaca que o governo tem várias “armas” para colocar no mercado caso seja necessário para contribuir para a sustentação do mercado.

O carryover (estoque final) da safra 2018/19 no Brasil, para Francisco Sérgio, em 30 de junho deve ficar em 4 a 5 milhões de sacas. No cerrado mineiro, ele acredita que reste 10% da safra do ano passado a negociar, e estima a comercialização antecipada da safra nova 2019/20 em 30% no cerrado, com a média brasileira em 20%.

Fonte: Safras & Mercado (Por Lessandro Carvalho) via ABIC

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