Café: Chuvas paralisam perdas, mas quebra na safra 2018 é consolidada

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Pesquisador do Procafé alerta: clima mais úmido e temperaturas mais baixas neste momento exigem atenção para o aparecimento da Phoma e doenças causadas por bactérias.

Alisson Fagundes, pesquisador da Fundação Procafé, destaca que as chuvas que caíram sobre algumas localidades cafeeiras apenas paralisam as perdas, sem reversão daquilo que foi perdido.

Com isso, há uma expectativa de menores números na produção para a próxima temporada. O Brasil esperava uma superssafra e “o Brasil precisa de uma superssafra”, como salientou o pesquisador, uma vez que o país vem perdendo sua fatia de mercado frente a outros países produtores de café. Sendo assim, é importante que essa superssafra venha em 2020 com custos baixos para colocar uma grande quantidade de produto no mercado e manter a posição de alta produção.

A chuva é suficiente, entretanto, para a formação de uma nova florada. Os volumes foram de 30mm a 80mm em grande parte das localidades. Porém, caso o tempo seco retorne, haverá problema no desenvolvimento dos chumbinhos.

Ele lembra que o problema com a falta de chuvas dura desde dezembro de 2013, com volumes abaixo da média e que, somente por isso, esse mês de setembro impactou tanto. Contudo, a situação seria ainda pior se as temperaturas nos meses anteriores tivessem sido normais e não abaixo da média.

Além do problema da desfolha, o café também enfrenta a ferrugem, que estendeu seu ciclo em função de um microclima favorável na maioria das regiões cafeeiras. O ambiente também é propício para o ataque de Phoma nas lavouras abaixo de 900m e de bacteriose nas que estão acima desses níveis. Os produtores que não estiverem atentos poderão enfrentar problemas neste sentido.

A situação da broca também é cada vez mais complicada, com tendência a aumentar, uma vez que nenhum dos produtos disponíveis no mercado possui a eficácia do endosulfan. Hoje, a exportação não tolera mais de 6% de broca.

Ele lembra da importância da poda e do sistema de Safra Zero para racionar os custos de produção, usando uma menor quantidade de adubo e mantendo a produtividade esperada. Esse sistema também pode auxiliar no controle de broca, já que a lavoura fica sem café durante todo um ano.

Por: Fernanda Custódio e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas Via Peabirus

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