Café brasileiro tem produtividade aumentada por meio de novas tecnologias

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Avanços foram conquistados para o setor agrícola com a instituição da nova Política Nacional de Irrigação (Lei 12.787/2013), aprovada em janeiro deste ano pelo Congresso Nacional. A nova legislação contribuiu para a previsão divulgada no início deste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou a safra de grãos 0,3% maior do que a estimada para o mês de maio. De acordo com os dados do Instituto, a produção nacional de grãos de café foi de 759.796 toneladas (12,7 milhões de sacas – de 60 kg), 3,4% maior que a produção prevista para maio. O resultado foi atribuído às condições climáticas, aos tratos culturais adequados e à irrigação. Segundo o IBGE, nem mesmo os problemas enfrentados pelo período, como as temperaturas excessivas e a estiagem do começo deste ano, interferiram nos números positivos.

Coordenada pelo Ministério da Integração Nacional, a lei representa a retomada do planejamento da atividade no setor produtivo irrigado. "Com a irrigação passamos a ter o controle que não teríamos que é a do acesso da planta à água, à chuva ou ao sol. Passamos a ter um domínio de risco na produção e a tecnologia de ponta utilizada na irrigação transforma essa possibilidade", explica o secretário Nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Miguel Ivan.

Incremento na rentabilidade dos cafezais

O uso de técnica de irrigação contribuiu para o aumento significativo da produtividade do café no oeste da Bahia. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou um pacote tecnológico e orientou os fazendeiros baianos para um novo manejo, o que gerou um incremento na rentabilidade dos cafezais em aproximadamente 25%. Hoje, na região, 37 fazendas colhem 470 mil sacas por ano.

O ponto chave é uma nova maneira de manejar a irrigação. A técnica é conhecida como estresse hídrico ou stress hídrico. "A tecnologia do estresse hídrico, tem transformado a produtividade do café. Tanto na maior geração de renda para o produtor como na garantia de um café de maior qualidade", afirma Miguel Ivan.

Para Ivan, irrigação é sinônimo de desenvolvimento regional e contribui para o meio ambiente. Com a irrigação desmata-se menos, desloca os recursos de forma mais eficiente para a produção, gerando mais renda. "Irrigação não é sobre produto é sobre pessoas. Pessoas que querem gerar renda, que moram distante, pessoas que precisam do alimento com qualidade e que podem comprar o alimento com custo menor", ressalta.

Nova Política Nacional de Irrigação

A iniciativa reforça as parcerias entre setores público e privado com o objetivo de ampliar a área irrigada no País. A Lei 12787/2013 organiza o marco legal para a gestão de projetos públicos de irrigação, sendo a principal diretriz a indução à eficiência no uso de recursos hídricos para o setor. Além disso, reforça estratégias para o desenvolvimento da agricultura irrigada, visando ao aumento da produtividade, de forma sustentável, e a redução de riscos climáticos para agropecuária.

Entre os instrumentos instituídos pela nova Lei estão o Conselho Nacional de Irrigação, para atuar na discussão e fortalecimento da Política Nacional, e o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação, que vai subsidiar as decisões referentes à gestão de políticas e projetos do setor, bem como os Planos de Irrigação. Eles vão orientar o planejamento da Política Nacional.

A Lei vai permitir a caracterização como de utilidade pública a construção de barragens e açudes para uso na irrigação. Fortalece ainda a disponibilização de crédito rural para viabilizar a aquisição de equipamentos de irrigação. Estes vão contribuir para o uso eficiente dos recursos hídricos. Além disso, incentiva a formação e a capacitação de recursos humanos para o setor, e prevê a articulação do Ministério da Integração Nacional e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MI/MDA) para assistência técnica rural a agricultores irrigantes.

Boas práticas no cultivo do café

As boas práticas agrícolas devem ser seguidas em todas as etapas de produção do café, desde a lavoura, com o preparo do solo, a adubação, o controle de pragas e doenças, a irrigação até a pós-colheita, que inclui a separação dos frutos, a secagem, o armazenamento e a comercialização. Uma das etapas importantes na colheita do café é a separação dos frutos maduros dos verdes. Feita a separação em diferentes lotes homogêneos, passa-se para a secagem dos grãos, que pode ocorrer em terreiro ou equipamentos mecânicos (secadores), conforme a capacidade técnica e disponibilidade financeira do produtor para a aquisição de equipamentos ou de construção de terreiro. Outra dica é com relação ao uso correto de defensivos agrícolas devido às restrições internacionais quanto ao nível de resíduos desses produtos nos grãos destinados à exportação.

Fontes: Ministério da Integração/ Embrapa via Rede Social do Café

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