Café brasileiro: Situação e perspectivas para o segundo semestre

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O setor já consolidado internacionalmente nas últimas décadas, sofreu com as intempéries do clima nos últimos meses. Com base nisso, a equipe de jornalismo apresenta um estudo com as principais informações da atividade, com as perspectivas para o segundo semestre e com a opinião de três importantes especialistas do setor.

Situação

Totalmente suscetíveis às mudanças climáticas, as lavouras de café das áreas produtoras foram prejudicadas pelas chuvas atípicas de junho, prejudicando, mais do que o volume, a qualidade do grão. As precipitações derrubaram os grãos dos pés.

Agora é esperar o que vai ocorrer daqui pra frente. A Rural Centro consultou Celso Oliveira, técnico da Somar Meteorologia, que afirma que nos próximos dias nem chuvas e nem geadas, de forte intensidade, vão atingir essas áreas.

“Para os produtores de café do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que estão preocupados com a geada, neste inverno ela aparece, mas com pouca intensidade”, tranquilizou Celso.

Opinião

A Rural Centro entrevistou três autoridades no assunto: Silas Brasileiro, presidente executivo do CNCafé (Conselho Nacional do Café); Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café) e Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Silas Brasileiro destaca que desde 1983 o mercado do café não passava por uma situação tão complicada como a atual, ocasionando em uma colheita muito inferior à qualidade de exportação. E, mais agravante ainda, as chuvas resultaram na antecipação da florada, o que significa que, junto com os grãos, seguramente o cafeicultor colherá as flores, prejudicando não só a atual como a próxima produção.

Segundo Silas, um modo de resolver este problema é o governo possibilitar um sistema de estocagem para o produtor encontrar um melhor momento de negociação.

Segundo Guilherme Braga, do Cecafé, ainda é muito cedo para prever o volume e a qualidade comprometida, mas os prejuízos são certos, a percepção de que 2012 seria um ano excepcional para o mercado cafeeiro não existe mais. “É lamentável
que isso tenha ocorrido em um momento em que o setor está aquecido e com recuperação de preços”, desabafa o diretor.

Entretanto, Braga ressalta que agora é tempo do produtor investir no café fino, onde a produção é mais cara mas tem mercado e preço garantidos, respondendo por 25% das exportações, além de exigir um maior acompanhamento, o que
evitaria, por exemplo, a queda excessiva de grãos.

De acordo com Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic, há no momento um consenso que a qualidade do café será prejudicada em função do excesso de chuvas em algumas regiões. “Com isto, os cafés melhores tendem a aumentar de preço, o que já está acontecendo. A indústria vai ter que escolher muito bem as suas
matérias-primas para evitar a compra de lotes de qualidade muito baixa e tudo isto pode pressionar os custos da indústria para cima”, destaca o representante.

Fonte: Rural Centro

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