Café arábica: ritmo de negócios aumenta na última semana de setembro

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As cotações do arábica seguiram em forte oscilação no correr de setembro, mas acumularam queda no mês. Na última semana de setembro, especificamente, preocupações quanto ao clima seco nas principais regiões produtoras do Brasil elevaram com força os preços da variedade nos mercados interno e externo, mas não o suficiente para recuperar as perdas ao longo do mês. Com isso, o ritmo de negócios esteve aquecido nesse período.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, oscilou entre R$ 406,62 e R$ 470,88/saca de 60 kg no correr de setembro e fechou com média de R$ 433,52/saca, baixa de 0,85% em relação à do mês anterior. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os contratos em setembro foi de 190,90 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 1,5% frente à de agosto. O dólar teve média de R$ 2,33 no mês, avanço de 2,64% frente à de junho.

Com colheita 14/15 finalizada, setor se atenta à florada da safra 15/16
Com a colheita do arábica da safra 2014/15 finalizada em setembro, o setor já está atento às floradas da temporada 2015/16. A abertura de flores é um bom indicativo da qualidade e do volume a ser produzido na próxima safra. Regionalmente, até o final de setembro, floradas foram observadas nas principais regiões. A florada mais significativa foi observada no Cerrado mineiro. Essas flores abriram na segunda quinzena de agosto, mas, devido à forte seca nos dias que seguiram a abertura da florada, a maioria das flores caiu. Desde então, nenhuma outra florada foi observada na praça mineira. Isso porque, apesar de boa parte da região contar com irrigação, os pés também dependem da umidade do solo para o bom desenvolvimento vegetativo.

Na Zona da Mata mineira e na Mogiana Paulista, colaboradores consultados pelo Cepea indicaram que a primeira florada, ocorrida em meados de setembro, foi pontual e boa parte das flores também abortou. Em Garça (SP) e no Noroeste do Paraná, agentes relataram que a primeira florada significativa ocorreu no final de setembro. As chuvas (no encerramento do mês) auxiliaram a abertura das primeiras flores em ambas as regiões. Um bom volume de chuvas é aguardado por produtores de todas as regiões, para recuperar o déficit hídrico das lavouras e também para o desenvolvimento e “pegamento” das floradas.

Segundo a Fundação ProCafé, em algumas praças, como o Sul de Minas, o déficit hídrico chegava próximo a 160 mm em meados de setembro. Esse cenário ainda persistia até o final daquele mês, visto que o baixo volume de chuvas em setembro não amenizou o déficit. Agentes consultados pelo Cepea comentaram, inclusive, que parte dos prejuízos causados pela seca já é irreversível. A previsão, segundo a Somar Meteorologia, é de que o tempo seco permaneça por mais três semanas em outubro, aumentando a preocupação de produtores.

Fonte: Cepea/Esalq USP via CNC

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