Brasil pode não conseguir atender demanda externa por café, avalia Rabobank

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As previsões para a produção de café arábica no Brasil em 2015 mostram que faltará produto para abastecer as exportações e o mercado interno, mesmo na melhor das hipóteses, alertou nesta terça-feira o analista do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank Brasil, Jefferson Carvalho.

Presente no 6º Fórum e Coffee & Dinner do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), em São Paulo, o especialista atribui como principal causa para o problema as inconstantes condições climáticas do final de 2014 e do início deste ano. "Fica nítido que num período essencial para a produção, faltou chuva", explicou Carvalho sobre a colheita do último ano, acrescentando que a seca também está atingindo o desenvolvimento vegetativo da safra que vai ser colhida agora.

Segundo os números apresentados pelo especialista, a produção de café arábica no país em 2015 pode variar entre 30 e 38 milhões de sacas, com uma diferença de 30% entre o máximo e o mínimo previsto justamente por não haver projeções confiáveis sobre o clima e seu impacto sobre a produção.

Para piorar o cenário, Carvalho destacou que caso sejam mantidas as demandas internas e externas de café para esse ano, serão necessárias 38,7 milhões de sacas para atender o mercado. "Se observarmos a previsão de 38 milhões para a produção, ainda faltaria mais de 500 mil sacas para atingirmos nossa meta. Considerando a projeção mais baixa, esse número pode se aproximar das 9 milhões de sacas", alertou o especialista.

Carvalho ilustrou a situação atual afirmando que, se o setor optasse por priorizar o atendimento do mercado interno, haveria necessidade de reduzir as exportações em 30%. Caso contrário – pleno abastecimento do mercado externo -, a oferta dentro do país sofreria uma queda de até 92%, indicou o especialista.

O presidente do Grupo Três Corações, Pedro Lima, discordou sobre as perspectivas catastróficas do analista da Rabobank e, inclusive, ironizou as previsões do especialista. "Desse jeito, nós temos que começar a importar café do Peru", comentou. Lima defendeu as condições do mercado nacional, afirmando que sua empresa teve um bom primeiro trimestre. Ressaltou ainda que o país é o segundo maior consumidor do produto no mundo, com 81 litros de café por habitante por ano e presente em 98,7% dos lares brasileiros.

Fonte: Agência Efe

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