Brasil inunda mercado de café e faz os preços baixarem

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O aumento das vendas de café no Brasil, primeiro produtor mundial, fez baixar o preço do arábica em 8% esta semana, alcançando seu nível mais baixo em 16 meses, enquanto o preço do cacau se estabilizava e o do açúcar também caía.

CAFÉ

O preço do arábica perdeu 8% esta semana, chegando a 185,10 centavos a libra na quinta-feira, seu nível mais baixo desde outubro de 2010.

"O recente aumento das vendas no Brasil (primeiro exportador mundial) contribuiu amplamente para esta queda", afirmou Carsten Fritsch, analista de Commerzbank.

A revalorização do dólar frente a um real sob pressão contribuiu para que os agricultores brasileiros colocassem no mercado mundial grandes reservas que estavam sendo guardadas nos últimos meses.

Dessa forma, "as previsões de excelentes colheitas brasileiras abalaram o moral dos operadores", explicou Sudakshina Unnikrishnan, analista da Barclays Capital.

Segundo as previsões governamentais, depois de um recuo este ano, a produção brasileira se situará, na temporada 2012-2013, nos 50,6 milhões de sacas (de 60 kg), um recorde, o que inchará fortemente a oferta mundial.

No entanto, a Organização Internacional do Café (ICO) não se preocupa com este aumento inesperado da produção brasileira.

"No final, o impacto negativo nos preços deverá ser limitado, já que as perspectivas da demanda mundial continuam robustas, graças ao dinamismo dos países emergentes", afirma a instituição em seu relatório mensal.

O excedente de grão brasileiro poderá ser absorvido por um aumento líquido do consumo de café, inclusive no Brasil, prognostica o ICO.

Para a temporada 2011-12, que começou em outubro, o ICO prevê uma produção mundial de 128,5 milhões de sacas, 4,3% a menos em um ano.

No Liffe de Londres, a tonelada de robusta para entrega em maio era cotada a 2.066 dólares nesta sexta-feira, às 11H00 GMT, contra 2.013 dólares na sexta anterior.

No NYBoT-ICE de New York, a libra do arábica para entrega em maio valia 188,75 centavos em contra 203,95 há uma semana.

CACAU

O preço do cacau caiu no início da semana, para voltar a subir graças a um alta generalizada das matérias-primas, estimuladas pelo otimismo sobre o plano de reestruturação da dívida grega.

O mercado continuava dependendo da situação climática na Costa do Marfim, primeiro exportador deste grão.

Nesta sexta, às 11H00 GMT, no Liffe de Londres, a tonelada de cacau para entrega em maio era cotado a 1.534 libras contra 1.510 há sete dias.

No NYBoT-ICE americano, o contrato para entrega em maio valia 2.373 dólares a tonelada contra 2.381 dólares na semana anterior.

AÇÚCAR

O preço do açúcar continuava em baixa pela perspectiva de colheitas abundantes nos grandes produtores (Índia, Tailândia, União Europeia).

"O único fator que sustenta o mercado é o provável atraso do início da colheita no Brasil (primeiro exportador mundial) devido à seca", afirmou Nick Penney, especialistas da agência Sucden.

No Liffe de Londres, a tonelada de açúcar refinado para entrega em maio valia 631,30 dólares na sexta às 11H00 GMT contra 646 dólares na sexta passada.

No NYBoT-ICE americano, a libra de açúcar mascavo para entrega em maio valia 24,02 centavos contra 24,85 centavos há uma semana.

Fonte: Portal Terra

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