Boi gordo e café batem novos recordes na BM&FBovespa

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Outubro foi mais um mês de rompimento de patamares históricos e novos picos de alta para as commodities agropecuárias na BM&FBovespa. Os quatro principais produtos – boi gordo, café arábica, soja e milho – mantiveram a tendência já registrada em meses anteriores e voltaram a aumentar no mês passado, mesmo que em ritmo um pouco menos acelerado.

A valorização no Brasil acompanha a tendência de alta observada para as commodities agrícolas nas principais bolsas internacionais, principalmente devido ao aumento da demanda chinesa por grãos e por algumas ameaças climáticas que ainda rondam as lavouras americanas (ver matéria acima). No front externo, os ganhos são catapultados pela desvalorização do dólar diante de uma cesta das principais moedas do mundo, raciocínio que muda de mão na análise doméstica.

Entre os maiores destaques de outubro, os preços do boi gordo chamaram a atenção do mercado depois de terem alcançado na semana passada seu maior valor histórico. O indicador do boi gordo Esalq/BM&FBovespa fechou o dia 27 a R$ 110,68 por arroba. No dia seguinte, o recorde foi renovado diante da baixa oferta de animais e o indicador terminou o dia valendo R$ 112,10, com uma média mensal de R$ 101,30.

A falta de animais prontos para o abate é o principal motivo da recuperação dos preços do boi gordo. Diante do atual quadro, o valor médio da arroba em outubro ficou pela primeira vez acima dos R$ 100 e já acumula uma alta de 37,1% apenas em 2010.

"Essa alta não foi especulativa, mas baseada em uma conjunção de fatores", disse Marcelo Gumiero, operador da Icap. Segundo ele, o clima seco chegou mais cedo este ano por conta do fenômeno La Niña e se prolongou por um período maior que o esperado. Além disso, foi observado um aumento no volume de abate de animais no primeiro semestre do ano, que reduziu a oferta aos frigoríficos para a segunda metade do ano. "Os confinadores também tiveram incentivo de preços para aumentar o volume neste ano, o que diminuiu bastante a oferta de animais para o segundo semestre", afirmou Gumiero.

O café foi o produto que menos subiu entre as agropecuárias na BM&FBovespa, 1,44%. Apesar da modesta alta, os R$ 224,54 médios registrados para a saca de café na bolsa paulista é o valor mais alto da série histórica do Valor Data. "Essa alta ocorre sobre uma base muito baixa, por isso não dá para dizer que esse é apenas um pico. Acreditados que as cotações do café vão mudar de patamar de negociação, assim como aconteceu com o petróleo na década de 80", diz Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP).

Os preços da soja, por exemplo, fecharam outubro no patamar mais elevados nos últimos 26 meses, conforme cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos de segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez). O preço médio da saca de soja negociada na BM&FBovespa ficou acima dos R$ 27,00, algo que não acontecia desde junho do ano passado.

Os preços do milho também diminuíram o ritmo de valorização. Depois de subir acima de 10% em agosto e setembro, o valor médio do cereal na BM&FBovespa fechou outubro com alta de 1,73% a R$ 27,01 por saca. O mercado foi influenciado por Chicago, após a China declarar que pode aumentar suas importações.

Fonte: Valor Econômico

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