Boa florada no Brasil faz preços do arábica recuarem

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Mercado de café arábica segue incerto e o indicador Cepea/Esalq do arábica acumulou nova queda na primeira quinzena de outubro (de 01 a 15).

No dia 14 a cotação até atingiu os R$ 324,01/saca, porém no dia 15 voltou a cair fechando a R$ 319,42/saca, com desvalorização de 0,27% na quinzena. Em relação a mesma data de 2009, o indicador está 21,97% mais alto.

Gráfico 1. Indicador Cepea/Esalq – arábica, em R$/saca

As cotações do conilon acumulam leve alta de 0,83% na quinzena. Já em relação ao ano passado, a desvalorização acumulada é de 7,33%.

Tabela 1. Indicador Cepea/Esalq e câmbio

A queda que se iniciou ainda na segunda quinzena de setembro se sustentou devido principalmente às chuvas que estão caindo nas principais regiões brasileiras e a boa florada das lavouras. Apesar do atraso das chuvas, a expectativa em todas as regiões é que, devido ao longo período de estresse hídrico, as floradas sejam mais uniformes, com a ocorrência de, no máximo, duas boas florações, segundo pesquisas do Cepea. Assim, para a próxima temporada, os grãos podem ter maturação mais uniforme.

A boa florada no Brasil tem impedido que os preços voltem a subir como em meados de setembro, quando o indicador chegou a ser cotado acima de R$ 330,00/saca.

No Brasil, há café no mercado, porém grande parte dos cafeicultores está resistente em vender seus cafés aos preços atuais, por isso aguarda novas altas.

Países produtores tem sofrido com problemas climáticos que têm prejudicado suas produções. Além disso, os estoques mundiais continuam em queda e a demanda aquecida, fazendo com que a expectativa de abastecimento do mercado seja depositada principalmente no Brasil.

Na sexta-feira, a moeda americana (PTAX compra) fechou a R$ 1,6596, com variação negativa de 1,24% na quinzena. O recuo do dólar, somado ao recuo da saca de café, proporcionou queda de 0,98% no valor da saca de café em dólares, que está valendo US$ 192,46/saca.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o governo ainda pode adotar novas medidas para conter a valorização do real frente ao dólar, alimentando a expectativa do mercado em relação a quais podem ser essas atitudes. Para Marco Saravalle, analista da Coin, o atual movimento do câmbio faz parte de uma conjuntura internacional. O que acontece é que as economias emergentes têm grande potencial de atração de divisas estrangeiras, especialmente em dólar, por causa das taxas de retorno atraentes e as perspectivas de crescimento. "Por causa da entrada de recursos, o real deve continuar apreciado", comenta Saravalle.

Mesmo com as chuvas no Brasil, as cotações de mercados futuros se mantiveram em alta em função principalmente da desvalorização cambial.

Na bolsa de Nova York (ICE Futures US), as cotações recuperaram parte das perdas acumuladas na segunda quinzena de setembro. O vencimento dezembro/10 teve variação positiva de 5,30 centavos de dólar por libra-peso no período analisado, encerrando o dia 15 cotado a 186,40 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos que vencem em março/11 acumularam valorização de 5,45 centavos de dólar por libra-peso, sendo cotado a 188,25 centavos de dólar por libra-peso.

A BM&FBovespa acompanhou NY e acumulou altas na primeira quinzena de outubro. O vencimento dezembro/10 registrou alta de US$ 4,65/saca, sendo cotado a US$ 219,80/saca (R$ 364,78/saca). O contrato março/11 fechou a US$ 222,00/saca (R$ 368,43/saca), com valorização de US$ 6,20/saca.

Gráfico 2. Indicador arábica Cepea/Esalq e contratos futuros BM&FBovespa, em 01/10/2010 e 15/10/2010.

Na bolsa de Londres (Liffe), as cotações da tonelada do café conilon registraram desvalorizações no período analisado. O vencimento novembro/10 terminou o dia 15 cotado a US$ 1.651/tonelada, com queda de 4,29%. O contrato janeiro/11 terminou a US$ 1.682/tonelada, registrando valorização de 4,38%.

Tabela 2. Principais cotações de mercados futuros

Fonte: CaféPoint

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