Bactéria faz causador da broca resistir à cafeína, aponta pesquisa

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Cientistas dos Estados Unidos anunciaram terem descoberto o motivo do causador da broca do café ser resistente e atacar o grão de forma tão agressiva. A chave seria uma bactéria presente no intestino do besouro, considerado a praga mais danosa para a cafeicultura, podendo causar até 80% de perdas de produtividade nas lavouras.

Para confirmar a hipótese, os pesquisadores selecionaram insetos que atacam cafezais em pelo menos sete regiões produtoras: Quênia, Indonésia, Índia, Porto Rico, Havaí, Guatemala e México. E se utilizaram de colônias de pelo menos quatro espécies de besouros, onde encontraram pelo menos 14 espécies de bactérias.

De acordo com os estudiosos, a bactéria presente no Hypothenemus hampei, nome científico da praga, anula os efeitos nocivos que a cafeína tem sobre os insetos de um modo geral e permite que o besouro complete seu ciclo de vida sobre grãos de café verde. Os cientistas descobriram que as bactérias não apenas eram resistentes à cafeína como se utilizavam do grão como fonte de carbono e nitrogênio.

O trabalho foi publicado pelo Nature Comunications. Menciona que a broca do café é considerada endêmica na África e que chegou à Indonésia em 1908 e ao Brasil em 1913. “As perdas anuais no Brasil são estimadas entre US$ 185 e US$ 315 milhões”, dizem os responsáveis pelo estudo.

“As consequências socioeconômicas devastadoras têm estimulado uma ampla pesquisa sobre os possíveis métodos de gestão de pragas; no entanto, informações detalhadas sobre alguns aspectos básicos da biologia do inseto, como o metabolismo, são escassas”, afirmam.

Fonte: Redação Globo Rural (Raphael Salomão)

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