Aumenta consumo de café em casa, mas ainda não compensa retração no food service
A queda nos futuros do café arábica este ano coloca o produto entre as commodities com pior desempenho, junto com petróleo nos EUA. Mas analistas dizem que os preços do café podem reagir se as medidas de estímulo governamentais fizerem o consumidor a buscar mais a bebida ou incentivarem idas a cafés e restaurantes. Pesa no resultado o fato de o mercado ter excesso de oferta, com colheita farta no Brasil, maior produtor mundial do grão. “A alta oferta dificulta a recuperação dos preços após a queda nos últimos meses”, disse a analista de commodities agrícolas do Commerzbank, Michaela Kühl.
Os contratos futuros de café do tipo arábica, mais utilizado em cafés e restaurantes e produzido na América do Sul, caíram quase 9% na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) em 2020. Já os contratos futuros do café robusta, que está nas cápsulas para máquinas de expresso domiciliares, cederam menos de 3% na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe). Esses grãos, de sabor mais forte, são cultivados em maior escala no Vietnã.
A previsão é de que o consumo de café deve cair pela primeira vez desde 2011, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA. Mas em 2021 o consumo poderá subir 1,5%, para 166,3 milhões de sacas, de acordo com o relatório.
O fornecimento de grãos arábica, que representam cerca de 60% do café comercializado no mundo, ainda pode estar em risco se as fazendas de menor escala da Colômbia e da Costa Rica tiverem dificuldade para contratar trabalhadores migrantes qualificados, avalia a analista de café sênior da DR Wakefield, Priscilla Daniel. “Se você tem uma pessoa menos experiente e um número menor de trabalhadores por metro quadrado, perderá o momento perfeito para escolher e a qualidade poderá não ser tão boa”, avalia. (Por Dow Jones Newswires)
Fonte: Estadão Conteúdo